O FC Porto venceu este sábado o Belenenses por 3-0 e ocupa a liderança da Liga portuguesa, à condição. Após o empate no clássico, que deixou a equipa de Nuno a um ponto do Benfica, o caminho foi recuperado e aponta sempre para um deslize do campeão.

O Dragão inventa e provoca assim zonas de pressão. Com golos de Danilo Pereira, Tiquinho Soares e Yacine Brahimi, ultrapassou o Belenenses e fez de Moreira de Cónegos um local de vitória obrigatória para o Benfica. Caso contrário, muda a ordem no topo.

Será esse o desafio para o FC Porto, semana após semana. O treinador azul e branco acredita que a sua equipa irá vencer todos os compromissos até final da Liga. Este terá sido um dos testes menos exigentes, com os homens do Restelo a aguentarem pouco mais de meia-hora.

Vencer em Braga, na próxima jornada, deverá obrigar a desempenho mais harmonioso. Ou seja, mais Porto, aquele Porto da segunda parte, intenso e avassalador. Para trás ficam dois empates, com V. Setúbal e Benfica. Pela frente está o desafio supremo. Provocar a queda do campeão.

Nuno Espírito Santo recuperou André Silva para o onze do FC Porto, com o sacríficio de Jesús Corona, solução pensada para o clássico no Estádio da Luz com o Benfica (1-1). O regresso do português não alterou a base do jogo portista.

Tal como aconteceu nos últimos compromissos, em que Corona esteve afastado por lesão, o convívio entre André Silva e Tiquinho Soares obrigou ao desvio do internacional luso para o flanco direito.

O FC Porto defendeu em 4x3x3 e não encontrou uma dinâmica que ocultasse o vazio à direita quando André Silva fugia para o seu habitat natural. André André já foi opção para aquela zona, partindo do setor intermediário, mas Nuno não parece disposto a recuperar essa ideia.

Maxi Pereira ficou assim com um corredor por sua conta. Não que isso tenha incomodado verdadeiramente o lateral uruguaio, moralizado pelo golo no clássico. Com densidade populacional ao centro, o lado esquerdo foi assim o mais procurado pelo futebol portista.

Seria por ali, aliás, que o maior desequilibrador azul e branco (Yacine Brahimi) provocaria o rombo na estrutura defensiva do Belenenses. Ao minuto 37, o argelino conquistou um livre e colocou a bola na área. André Silva amorteceu para a finalização de Danilo Pereira.

O FC Porto chegava ao intervalo com vantagem mínima e não merecia mais que isso, por essa altura. Soares desperdiçara uma grande oportunidade a passe de Maxi, de facto, mas o Belenenses ia criando problemas que os homens de Nuno, em ritmo pouco intenso, não conseguiam resolver. A solução chegou em lance de bola parada e em boa hora.

Quim Machado mudou quatro unidades após a terceira derrota consecutiva do Belenenses, últimas das quais na receção ao Feirense (1-2). No banco ficaram elementos como Miguel Rosa, André Sousa e Maurides. A estratégia resultou durante pouco mais de meia-hora.

Quando a equipa do Restelo se viu obrigada a atacar, após o reatamento, pagou a fatura mais pesada. Iker Casillas defendeu um remate forte de Abel Camará, Diogo Viana já tinha forçado Felipe a ver um cartão amarelo mas a defensiva portista passou o teste sem sofrer. Boly substituiu o castigado Marcano e cumpriu.

O FC Porto agradeceu o espaço e cresceu na etapa complementar. Em contraste com alguns períodos da primeira metade, viu-se um dragão acutilante e capaz de jogar a toda a largura do terreno. O espaço, lá está, ajuda.

Soares, Óliver e Felipe falharam boas oportunidades antes de chegar o golo que cavou o fosso entre a ligeira incerteza e a tranquilidade absoluta. Nem todos os adeptos concordaram com a saída de André Silva ao minuto 68. Porém. Jesús Corona entrou para fugir a um adversário na direita e servir Tiquinho Soares para o 2-0.

O Belenenses ia baixando os braços e Domingos Duarte - curiosamente um dos melhores da equipa do Restelo – acabou por derrubar Brahimi na área após mais um lance pleno de inspiração por parte do argelino. Yacine Brahimi assumiu a cobrança e fechou a contabilidade geral.

À terceira foi de vez. O FC Porto marcou e venceu o Belenenses na fase mais importante da temporada. Menos um dia, menos um obstáculo para os dragões.