Figura: João Novais

Partiu do banco o protagonista da noite. Foi lançado no início da segunda parte e vestiu o papel de herói do Rio Ave. Aproveitou a assistência de Guedes para igualar a partida, num belo remate de fora da área e depois teve um momento de génio nos instantes finais. Quantidade de tempo de jogo de útil não é sinónimo de qualidade.

Momento: 89, génio de João Novais

O Rio Ave corria contra o tempo para evitar perder pontos pela segunda vez consecutiva em Vila do Conde. O relógio marcava o minuto 89 quando Alfa Semedo derrubou Chico Geraldes. Livre descaído para o corredor esquerdo e João Novais, confiante, assumiu a marcação. O resto foi um momento de génio para mais tarde recordar. Cobrança exímia, com a bola a sobrevoar a barreira e entrar no sitio onde dorme a coruja, entenda-se, canto superior da baliza de Jhonatan. Explosão no relvado, nas bancadas e no banco com o segundo golo do camisola 17 dos vilacondenses. Um momento sublime para rever vezes sem conta.


Outros destaques

Leandrinho: três meses depois voltou a ser titular em jogos da Liga – a última tinha sido frente ao FC Porto - e mostrou-se como uma opção válida. Sem ser exuberante, fez a bola andar de um lado para o outro e funcionou com pêndulo no meio-campo da formação do Rio Ave. Nota para o passe a isolar Guedes, logo aos cinco minutos e o remate de meia distância volvidos apenas dois minutos. Perdeu fulgor com o decorrer dos minutos. Foi substituído no início do segundo tempo.

Rúben Ribeiro: simbiose perfeita entre um jogador- bola. Aos 30 anos atingiu a maturidade competitiva e é um dos maiores valores da Liga. Uma mão cheia de passes deliciosos, nem sempre bem aproveitados pelos seus companheiros. E, acima de tudo, sublime a forma como se relaciona com os seus companheiros: ora toca de primeira, ora segura, atrai os adversários e serve o colega que está livre. Lampejos de classe de um jogador especial que merece, sem sombra de dúvidas, outros patamares.

Ronaldo Peña: entregue à sua sorte no meio de Marcelo e Nélson Monte, poucas foram as vezes em que foi servido em condições ideais. Ainda assim, nunca deixou de lutar e viu o seu esforço premiado ao minuto 55: hesitação entre Cássio e Lionn com o venezuelano a conseguir o desvio certeiro para a baliza do Rio Ave. Quebrou o jejum de golos que durava desde a primeira jornada. 

Rúben Lima: extremamente fiável a defender, competente nas raras vezes em que foi solicitado no processo ofensivo. Faz da inteligência e do excelente posicionamento as principais armas do seu pé esquerdo. Sentiu maiores dificuldades no segundo tempo um pouco por culpa da falta de ajuda de Tozé nas tarefas defensivas. Afirma-se cada vez mais como um dos bons laterais esquerdos da Liga.