Noite fria de segunda-feira em Moreira de Cónegos, bancadas praticamente desertas (640 espectadores), jogo pobre entre Moreirense e Belenenses e o conjunto vimaranense a conseguir um triunfo importante no jogo de encerramento da 16.ª jornada da Liga.

Sobrarão encaixes táticos apelativos, linhas defensivas bem arrumadas e eficiência posicional, mas faltou essência. Faltou arte, magia, um drible refinado ou um passe a rasgar. Enfim, faltou aquilo que torna o desporto rei apaixonante. Faltou, ao fim de contas, futebol.

FILME E FICHA DE JOGO

Alheio a isso, o Moreirense conseguiu o tento do triunfo já muito perto do final, a cinco minutos dos noventa, num lance de bola parada. Ramírez, que saltou do banco minutos antes, entrou para tirar o Moreirense da zona de despromoção.

Bocejos da bancada

Dos primeiros quarenta e cinco minutos sobra uma série considerável de passes falhados de parte a parte. Muitos lances mal definidos e muitas perdas de bola sem nexo a tornar o jogo monótono e sem motivos de interesse. A única coisa que conseguiu arrancar das bancadas foi bocejos.

O principal lance de perigo do Belenenses deu-se pouco antes da meia hora de jogo, com um corte defeituoso de Boateng, para trás, a obrigar Makaridze a fazer uma defesa apertada para canto para evitar autogolo.

Do lado do Moreirense, uma falha de comunicação entre o guarda-redes Ventura e o defesa Domingos Duarte, com o central a atacar o esférico num lance em que o guardião parecia ter o lance controlado, constituiu o lance de maior perigo.

Retrato fiel de uma primeira metade pobre, muito pobre, em que Roberto ainda acertou com a bola no colega Jander e Andric cabeceou no interior da área do Moreirense contra o corpo de Rebocho. Poucos predicados futebolísticos, muito a corrigir para a segunda parte.  

Emoções guardadas para o final

Os bocejos prolongaram-se pela segunda metade. Pouco ou nada se alterou no futebol praticado, sendo que, contudo, os minutos finais tiveram a emoção que faltou durante praticamente todo o encontro.

Andric atirou ao travessão ao minuto 92, na sequência de um pontapé de canto. O avançado ganhou a Fernando Alexandre na área e fez a bola embater na barra. Na resposta, na sequência de um livre, o Moreirense chegou ao golo.

Rebocho bateu o esférico para a área, Diego Galo ganhou ao segundo poste num lance em que a bola até parecia perdida e na área, depois da hesitação de Ventura, que não conseguiu agarrar a bola, e o costarriquenho Ramirez a atirar para o fundo das redes, para gáudio das pouco mais de seis centenas de espectadores.

Golo que faz o Moreirense saltar para fora dos lugares de despromoção, valendo essencialmente o resultado para a turma da casa, ainda que seja uma consequência demasiado pesada para um Belenenses que, a exemplo do que aconteceu com o adversário, se nada fez para vencer, também não merecia a derrota nos instantes finais.