Um jogo pobre e com apenas uma equipa a querer jogar - o que se passou, Vitória? - terminou com um nulo no marcador e um ponto ganho para cada equipa.

Depois de uma primeira parte demasiado pobre, o Rio Ave fez por merecer o ponto que conquista, com uma boa postura na segunda parte, enquanto a equipa sadina também soma na sua luta, mas apenas marcou presença em Vila do Conde.

É verdade que na hora de fazer contas, ninguém se vai lembrar de como este ponto caiu para as duas equipas - ainda bem, arriscamos -, mas o futebol é que saiu a perder. 

Que «coisa linda»... dizem

«Bola na trave não altera o placar/ Bola na área sem ninguém pra cabecear/ Bola na rede pra fazer o gol... Que coisa linda é uma partida de futebol». As palavras imortalizadas na voz dos brasileiros Skank ecoaram na aparelhagem sonora do estádio dos Arcos, no intervalo do jogo entre Rio Ave e V. Setúbal.

E só nessa altura quem assistiu aos primeiros 45 minutos do jogo se terá lembrado que uma partida de futebol pode ser uma «coisa linda». Até lá, os protagonistas esqueceram-se de o provar e pouca gente no estádio acreditaria nessa verdade indesmentível.

Apesar de se defrontarem duas equipas tranquilas na tabela classificativa, os primeiros 45 minutos deste Rio Ave-V. Setúbal foram pobres demais. A equipa da casa teve mais posse de bola, mas poucas ideias ofensivas perante um Vitória que se limitou a fechar espaços e a ameaçar – não passou disso mesmo – algumas saídas em contra-ataque.

O resumo da primeira parte é muito simples de fazer: nulo no marcador, zero na qualidade do futebol apresentado pelas duas equipas e apenas um remate enquadrado com a baliza... aos 47 minutos.

Só dá para melhorar, certo?

Desfazemos já o suspense, e respondemos: sim. Era impossível a segunda parte não trazer futebol de melhor qualidade. Mas também não melhorou muito, avisamos.

Muito mais por iniciativa da equipa da casa, do que do Vitória, que se manteve alheado do jogo e a mostrar pouca vontade de incomodar Cássio. Na equipa da casa, ia valendo Gil Dias, com mais vontade dos que os demais, mas que ia conseguindo trazer alguma emoção ao jogo.

Dos pés do camisola 31 saíram as melhores jogadas ofensivas do jogo, às quais faltou dar melhor sequência, ora pelo próprio Gil Dias, ora pelos companheiros que ele ia servindo.

Para mal de quem pagou bilhete para assistir à partida, o conjunto vitoriano mostrava-se satisfeito com o simples correr do tempo. Muitos jogadores a pedirem assistência, reposições demoradas, substituições levadas até ao limite do tempo aceitável e muito pouco futebol jogado.

A equipa orientada por José Couceiro apenas uma vez ameaçou a baliza de Cássio e foi na sequência de um livre direto batido por Edinho. E nem a entrada dos agitadores Nuno Santos e Zé Manel conseguiram mexer com o jogo ofensivo dos sadinos.

E o jogo foi correndo a favor dos intentos vitorianos, para desespero dos adeptos da equipa da casa e do banco dos vilacondenses, onde Nelson Monte veria o vermelho direto por protestos.

Numa toada pachorrenta que se manteria até ao apito final, o apito final do árbitro funcionou como um alívio para quem assistia. O futebol assim está longe de ser a «coisa linda» que move gente e paixões.