A FIGURA: Kuca, o «motor» do Belenenses
Kuca não marcou, mas merecia. Foi o melhor dos do Restelo e foi decisivo no lance do golo. Dividiu o protagonismo com Tiago Silva durante toda a partida, mas acabou por ser mais constante, já que o médio português esteve uns furos abaixo na segunda parte, em relação ao que fez na primeira. Era pela esquerda que o Belenenses atacava quase sempre e o perigo surgia sempre por ali. Assistiu para o golo e criou mais um leque de oportunidades para os companheiros, que não conseguiram finalizar. Na segunda parte, com os «azuis» mais recolhidos foi o extremo que segurou no jogo e conduziu os ataques, com alguma magia pelo meio. Faltou finalizar mais.

O MOMENTO: Tonel, em cima da linha , salva o empate
Ao minuto 72, Piojo isolou Salva Chamorro que na cara de Ventura não conseguiu marcar, mas a bola continuou à mercê do avançado, que com ângulo apertado e com o guardião fora da baliza fez o chapéu. O esférico ia com conta, peso e medida para a igualdade, mas Tonel «agarrou» os três pontos com um corte de cabeça, impedindo o empate. O corte ganhou anda mais importância, já que na resposta Tiago Caeiro faz o 2-0 e sentenciou a partida.

NEGATIVO: Romário Baldé, a «nulidade»
O jovem jogador do Tondela jogou os 90 minutos (!) e nem um lance que mereça algum tipo de elogio. Nada de positivo. Começou na frente do ataque com Nathan, depois passou para a direita com a mudança de 4-4-2 para 4-3-3, mas não saiu nada. O avançado é daqueles jogadores que dá pouco ao coletivo, só joga com a bola nos pés e quando a teve não conseguiu nem um rasgo. Usa e abusa dos lances individuais, mas nunca conseguiu driblar um adversário. Foi inconsequente e teve tempo demais em campo. A jogar assim não vai merecer muitos mais minutos.

CRÓNICA DO BELENENSES TONDELA, 2-1

OUTROS DESTAQUES:

Tiago Silva
Endiabrado nos primeiros 20 minutos. Criou muito, conduziu os ataques e combinou muito bem com Kuca, desequilibrando a defesa adversária. Marcou à passagem do minuto 20 e foi perdendo fulgor, fruto também da marcação mais apertada a que foi sujeito. Mostrou muita qualidade com a bola nos pés, boa capacidade de organização, muita técnica mas precisa de melhorar o aspeto físico e a sua capacidade de choque para se tornar num jogador mais decisivo.

Tinoco
O lateral dos visitantes foi o melhor em campo, apesar da derrota da sua equipa. Foi incansável do lado esquerdo, dando muita profundidade ao ataque do Tondela. Foi dos seus pés que nasceram quase todos os lances de perigo dos tondelenses, com cruzamentos perigosíssimos, que nunca ninguém teve capacidade de finalizar. As bolas paradas são um trunfo seu, mas também neste capítulo a eficácia dos seus colegas foi nula. Defensivamente, «secou» Dálcio e mesmo com Sturgeon não teve problemas.

Rui Bento: entrou em 4-4-2, mas «assumiu» que a estratégia era errada
O Tondela entrou 4-4-2, com dois médios centro, dois extremos e dois avançados soltos. Na prática foi quase um 4-2-4, já que Dolly Menga e Hélder Tavares não ajudaram como era pretendido. O meio-campo estava em desvantagem em relação ao miolo de Sá Pinto e os homens do Restelo aproveitaram-se disso. Tiago Silva foi o principal beneficiário e criou desequilíbrios que viriam a resultar no 1-0, aos 20 minutos. Após este minuto, Rui Bento corrigiu, passou para o 4-3-3, reforçando a zona central. O Tondela melhorou gradualmente e aproximou-se da baliza de Ventura. É caso para dizer que Rui Bento deu 20 minutos ao adversário.