Uma grande penalidade convertida por David Simão, aos 85 minutos, quebrou o nulo de uma noite fria no Bessa e deu mais três pontos ao Boavista de Jorge Simão. Quinta vitória consecutiva em casa e, à condição, os mesmos 36 pontos do Desp. Chaves no sexto lugar. O Estoril fica na cauda da tabela por mais uma jornada.

Se Simão não mexeu na equipa inicial que saiu derrotada da Feira, Ivo Vieira operou quatro mudanças para tentar pôr cobro ao mesmo número de derrotas seguidas.

Em campo, o figurino do jogo foi claro: um Boavista a procurar assumir o domínio recente em casa, assente na capacidade de luta do meio campo e do apoio dos laterais ao ataque, muitas vezes a permitir a entrada dos extremos, Mateus e Renato Santos, em zonas mais centrais do terço ofensivo. Isso e o recuo de Yusupha, a dar pulso ao meio campo e linha de passe.

Do outro lado, um Estoril expectante, coeso na defesa e à procura de espaço para fazer estragos no ataque. É que isto das derrotas faz mossa e a retoma pontual nem sempre vale num estalar de dedos. Ivo Vieira pediu «identidade»  foi mais ou menos isto, numa primeira parte de escassas ocasiões de golo.

Antes de mais, é preciso dizer que houve frio. Muito, no Bessa. Isso, chuva e vento, o último a favor dos canarinhos na primeira parte e da pantera na segunda.

Nessa primeira, de maior aval ofensivo do Boavista, Dankler foi pau para toda a obra na retaguarda do Estoril: cortou lances de golo iminente num remate de Rossi e a um desvio para o qual se preparavam Henrique e Mateus. Na baliza, Renan estava atento aos passes em rotura dos médios contrários para a área.

FICHA E FILME DO JOGO

Do outro lado, para refletir a dificuldade do Estoril no ataque, o primeiro remate à baliza só surgiu aos 37 minutos: Mano tentou, à figura de Vagner. De resto, as paragens para assistir Renan e Victor Andrade – o último acabou substituído aos 34 minutos – congelaram ainda mais um jogo pouco belo, ríspido pelas 20 faltas da primeira parte, repartidas.

Em cima do intervalo, Mateus marcou, mas estava em fora de jogo no momento do passe de Yusupha.

Tudo a zeros, portanto, para uma segunda parte de maior altivez mútua, mas com os guarda-redes a dizerem presente quando preciso.

Boavista-Estoril, 1-0: os destaques

O jogo só animou verdadeiramente no último quarto de hora. À entrada deste, Jorge Simão recebeu ordem de expulsão de Vítor Ferreira, pouco antes da soberana ocasião do Estoril para marcar: Evangelista serviu Bruno Gomes entre o central e o lateral, mas o remate saiu à figura de Vagner.

Pouco depois, VAR e grande penalidade a quebrar o gelo do nulo. Vítor Ferreira entendeu que Dankler – talvez o melhor em campo até então – carregou Yusupha pelas costas dentro da área e apontou para a marca de penálti. Depois de ouvir o VAR, foi confirmar pelos próprios olhos e não mudou a decisão ao fim de quase quatro minutos (o lance merece dúvidas, diga-se). Daí até ao 1-0, bastou o remate certeiro de David Simão perante Renan a dar vantagem e mais três pontos na conta da pantera.

O Bessa tem sido qualquer coisa nesta soma: 27 em 36 pontos ali conquistados.