Uma barrigada de estreias e uma dose de golos que baste para deixar o Sporting tranquilo na liderança isolada da Liga e sobretudo otimista em relação a um futuro que será necessariamente diferente. O leão venceu o Moreirense por 3-0 e Jesus não poupou nas caras novas, como que a dizer isso, há aqui muito mais com que caminhar.

Nada menos que quatro estreias absolutas no primeiro jogo depois do final louco de mercado do Sporting: Bas Dost foi titular, ele que apenas começou a treinar com a equipa na quarta-feira, e todas as substituições foram de jogadores que chegaram no fecho do mercado e ainda não tinham vestido a camisola: Markovic, depois Elias, neste caso um regresso, depois André.

Quanto ao onze inicial, Jorge Jesus procedeu a quatro alterações em relação à equipa que começou o clássico com o FC Porto. Três entradas, a de Schelotto para o lado-direito da defesa, relegando João Pereira não para o banco, mas para a bancada, a de Joel Campbell, que já tinha saído do banco no clássico, e a de Bas Dost para o lugar de ponta de lança deixado vago por Slimani. Além disso voltou a adaptar Bruno César a lateral-esquerdo, Zeegelaar nem sequer foi convocado.

O leão entrou bem, a pressionar na frente e a tentar surpreender o Moreirense antes que o jogo assentasse. Mas a equipa orientada por Pepa foi acertando o passo e o jogo entrou numa fase mais equilibrada. Sem grandes oportunidades de golo de parte a parte, diga-se, do lado do Sporting o mais próximo foi um remate de Schelotto aos 12 minutos.

O Sporting fazia uma exibição tranquila, mas também a apalpar terreno, a deixar perceber como esta é uma fase de adaptação, de integração de novos jogadores, que precisa de tempo e paciência.

Era pela ala direita, com Schelotto e Gelson, que o leão conseguia criar melhor. O primeiro golo chegou a partir do centro, mas aconteceu depois de mais uma boa movimentação de Gelson para o centro. Um belo passe de William para a área, aos 28 minutos, onde Gelson Martins faz o 1-0. Um toque para a receção, outro para o remate, mais um belo golo do médio em quem Jesus manteve a aposta, depois de lhe ter dado no clássico o lugar que era de João Mário.

As coisas tornaram-se bem mais complicadas para o Moreirense aos 35 minutos, quando Neto viu o segundo cartão amarelo, depois de uma entrada sobre William Carvalho. A equipa de Pepa estava a conseguir um jogo equilibrado, à procura de uma surpresa, mas o primeiro golo e a inferioridade numérica não deixaram grandes hipóteses.

E o início da segunda parte trouxe a tal esperança no futuro para o Sporting. Primeiro Joel Campbell, ele que já tinha entrado no clássico e estava até aí muito discreto em campo, a aparecer na área e a dar de cabeça o destino certo a um passe de Alan Ruiz. Depois o homem a quem pedem que faça de Slimani a chegar ele próprio ao golo.

E a seguir os reforços, mais um, mais dois, mais três. Estava feito o essencial para o Sporting e deixados os sinais que Jesus queria. Tempo até para uma saída de Adrien para a ovação, Alvalade a reconciliar-se com o capitão depois da situação delicada no fecho do mercado. A última meia-hora deixou alguns bons sinais, Markovic teve momentos entusiasmantes, mas também mostrou que há caminho a percorrer do lado do leão, que podia ter construído jogo para fazer melhor e acabou ainda a ver o Moreirense aproximar-se da sua baliza.