O Boavista fez o que não conseguia há quase três anos e nos últimos seis duelos ante o V. Guimarães. Venceu, graças a um golo de Fábio Espinho e salta para o sexto lugar, com os mesmos 30 pontos do Desp. Chaves, deixando para trás Marítimo e o próprio Vitória.

Com esquemas idênticos, assentes num 4x2x3x1 de base, os dois técnicos promoveram algumas alterações no onze. Sem o castigado Mateus, Simão mudou três após o desaire na Vila das Aves. Além de Rui Pedro, David Simão e Kuca. No Vitória, Martins, além do homónimo, lançou Héldon a jogo.

De resto, ambos coincidiram no regresso de referências atacantes ao onze. Rui Pedro, de um lado e Rafael Martins, do outro, voltaram à titularidade na liga mais de três meses depois. Mas não tiveram vida fácil. Eixos defensivos sólidos, com mais liberdade para os extremos, desde cedo na primeira parte.

Apito inicial e jogo mexido desde início. O Vitória, veloz pelos corredores, deu sinal logo a abrir, num cabeceamento de Hurtado a passar perto. O mesmo jogador que, aos 11 minutos, não deu melhor seguimento a jogada de Raphinha.

O Boavista, a espaços, impôs-se no meio campo contrário. Obrigou o Vitória à falta, sobretudo pelas diagonais de Yusupha, Kuca ou Fábio Espinho. E foi mais rematador, embora sem a melhor pontaria.

Neste capítulo, Kuca esteve perto do golo (18m), mas atirou em bico e ao lado perante a pressão de Pedrão, imperial na defesa minhota no primeiro tempo. Pouco depois, Henrique não deu melhor sequência a livre de David Simão.

A partir da meia hora, intensidade, mas jogo pouco concreto até ao intervalo, à exceção de um cabeceamento de Kuca: Douglas voou e manteve o nulo.

FICHA E FILME DO JOGO

No regresso, Martins fez dupla troca direta, lançando Rafael Miranda e Sturgeon. Mattheus e Hurtado não regressaram e o Vitória voltou a dar os bons sinais do início de jogo, sobretudo pela irreverência de Raphinha e Héldon.

O Boavista, sem grande sinal após o recomeço, picou os três pontos ao minuto 58. Transição rápida conduzida por David Simão e o cruzamento de Talocha a encontrar Rui Pedro e Fábio Espinho solto na área. Falha de marcação evidente do Vitória e o número 10, num remate cruzado, bateu Douglas pela única vez. Suficiente.

Boavista-V. Guimarães, 1-0: os destaques do jogo

Na vantagem, o Boavista foi mais contido e o Vitória audaz na procura do empate. Teria, para tal, ocasião soberana ao minuto 64, na decisão mais difícil do encontro. Héldon vê Yusupha cortar o lance com a mão e Nuno Almeida, após assinalar grande penalidade, reverteu a decisão com auxílio do vídeo-árbitro. Lance dúbio de sobra, se é ou não em cima da linha da grande área.

Nem o melindre do lance aliviou o Boavista, nem tirou fôlego ao Vitória. Simão procurou dar velocidade, frescura e gestão, das entradas de Renato Santos e Vítor Bruno à de Idris. Num último assomo, Martins lançou Estupiñan, já depois de Rafael Miranda ter visto Vagner negar o empate (75m) de cabeça. Houve aproximações mútuas às balizas, mas nada mais mudou e os três pontos ficaram no Bessa.