Não se largam. Belenenses e Tondela continuam de braço dado na classificação, com os mesmos 29 pontos, depois de falharem o objetivo de passar a barreira psicológica dos trinta pontos, com um empate sem golos no Restelo. Foi o quarto jogo da equipa de Silas sem consentir golos e este domingo só não somou três pontos porque Maurides revelou-se muito perdulário na frente de ataque e Tiago Caeiro não fez melhor do que acertar no poste. O Tondela, por seu lado, destacou-se pela boa organização defensiva, mas também teve oportunidades flagrantes para reclamar os três pontos.

Confira a FICHA DO JOGO

Silas voltou a apostar na fórmula de sucesso que nas três jornadas anteriores permitiu-lhe não sofrer um único golo e, mais importante, somar sete importantes pontos. Sem poder contar com Nuno Tomás (castigado) e Cleyton (Lesionado), o treinador adaptou o sueco Persson ao eixo defensivo, com Sasso e Gonçalo Silva, com os laterais, Diogo Viana e Florent Hanin, mais adiantados no terreno, com ordens para subir pelos flancos. Uma nova estrutura que se tem revelado inabalável desde os cinco golos consentidos em casa diante do Aves. Pepa também veio ao Restelo com algumas cautelas, com Claude Gonçalves e Bruno Monteiro a ocupar a zona central, logo à frente do quarteto defensivo e três jogadores mais soltos no apoio direto a Tomané.

Duas equipas preocupadas, em primeiro lugar, em manter uma boa organização defensivo, e só depois em desenvolver jogo para o meio-campo adversário. O Belenenses mostrou-se sempre bem mais disponível, neste último capítulo, com Diogo Viana e Florent Hanin a conseguirem muita profundidade sobre as alas e a conseguirem fazer chegar o jogo a área do Tondela. A equipa do Restelo até teve boas oportunidades para abrir o marcador, com destaque para duas flagrantes desperdiçadas por Maurides. Na primeira, Diogo Viana cruzou largo da direita e o avançado, destacado junto ao segundo poste, atirou ao lado. A segunda foi quase igual, mas o emissor foi André Sousa que, com um grande passe, destacou o avançado que, com Cláudio Ramos fora do lance, optou por um remate de primeira, outra vez ao lado. Maurides estava definitivamente em dia não e levou os adeptos ao desespero quando, com uma bola a pingar na área, encheu o pé e fez a bola sair pela…lateral.

O Belenenses chegava com facilidade junto da área do Tondela, com um futebol direito, enquanto a equipa de Pepa, quando tinha bola, preferia sair de pé para pé, sentindo mais dificuldades em chegar ao destino, mas das poucas vezes que chegou também criou oportunidades. Um remate de Miguel Cardoso na área sofre um ressalto, sobrevoou André Moreira e passou muito perto da trave. Já perto do intervalo, foi Tyler Boyd que, com um remate do meio da rua, obrigou André Moreira a defesa incompleta e a um calafrio na área do Belenenses.

A segunda parte foi ligeiramente diferente, até porque o Tondela voltou mais afoito e subido no terreno, a provocar dificuldades à defesa do Belenenses que já não sentia as mesmas facilidades nas transições para o ataque perante a pressão mais alta dos visitantes. A equipa do Restelo acabou por equilibrar, mas o resultado foi um choque sem fim na zona do meio-campo, num jogo com muitas faltas, num tereno de jogo que estava cada vez mais impraticável devido à muita chuva que caiu este domingo. A primeira oportunidade, digna desse nome, resultou de um cruzamento bem medido de Florent para uma cabeçada de Fredy que passou muito perto do poste. Maurides continuava muito perdulário, não só ao nível do remate, mas também do passe, perdendo muitas bolas na frente de ataque, ao ponto de ter sido o primeiro a sair do jogo, para dar lugar a Tiago Caeiro.

O Tondela conseguia criar mais perigo, sobretudo, em lances de bola parada, com destaque para um pontapé de canto que Tomané, por muito pouco, não converteu em golo. Seguiu-se a dança dos bancos, com os dois treinadores a esgotarem as substituições num espaço de poucos minutos, com uma sucessão de alterações que mais não serviu, a juntar às muitas faltas, para mais interrupções do jogo.

Já perto do final do jogo, duas oportunidades flagrantes, uma para cada lado, quase no mesmo minuto. A primeira para o Belenenses, com Tiago Caeiro a cabecear ao poste a passe de Nathan. Na resposta, mais um calafrio na área do Belenenses, na sequência de um remate de Delgado. Sasso salvou sobre a linha fatal, com André Moreira batido, e Pereirinha limpou o lance, evitando a recarga.

O jogo correu depois para o final sem mais oportunidades evidentes e, assim, ninguém ultrapassou a barreira psicológica dos trinta pontos, ficando agora os dois emblemas com 29, mas em boa posição para, nas próximas oito jornadas, garantirem a permanência no escalão principal na próxima época.