Académica e V. Setúbal abriram a 27ª jornada da Liga com um jogo bastante movimentado, que meteu duas grandes penalidades, uma delas defendida por Ricardo, uma expulsão, lesões, e muita emoção. Um bom jogo, sem dúvida.

No final, ficou tudo na mesma, ou seja, com o empate ambas as equipas perderam uma oportunidade de se chegar à frente na luta pela Europa. Mais penalizada a Académica, que poderia ter ultrapassado o adversário na na classificação e jogava em casa, mas foi quando ficaram reduzidos a 10 que os setubalenses estiveram mais próximos de voltar a marcar.

Estudantes e sadinos puderam entregar-se a este jogo com a enorme vantagem de já terem arrumado a questão da manutenção, sem a pressão sufocante da luta pelos pontos, espartilhos táticos, ou preocupações em, mais do que tudo, anular o adversário.

Duas equipas, ainda para mais, a protagonizar um final de época interessante, «metidas» na reta de acesso à Liga Europa, e com a responsabilidade de serem dois históricos do futebol português. Em suma, um clássico.

Desperdício versus eficácia

Quando Rafael Martins abriu o marcador para os vitorianos, já a Académica tinha desperdiçado uma meia-dúzia de oportunidades. Ivanildo, Makelelé ou Rafael Lopes estiveram, por um par de vezes, à beira do golo. Mas faltou sempre qualquer coisa.

Em vez disso prevaleceu a eficácia e frieza de um dos melhores marcadores do campeonato, Rafael Martins, que perante a atrapalhação da defesa da casa, conseguiu o espaço suficiente para atirar a contar.

A injustiça no marcador não durou, porém, muito tempo. Pedro Queirós toca com a mão na bola num remate de Djavan e, da marca dos 11 metros, Marcos Paulo empatou a partida. Um azar que não veio só para os sadinos.

Além do golo sofrido, Rafael Martins teve de sair depois de um lance com Djavan, sendo inclusivamente transportado ao hospital de ambulância. No campo, o jogo prosseguia com mais uma grande penalidade, agora para os setubalenses.

Só que desta feita Ricardo voltou a fazer a diferença, colocando em prática uma das suas especialidades. Perante Ricardo Horta, adivinhou o remate e voltou a defender um penálti, por sinal o sexto esta época. Incrível.

François deixa V. Setúbal com 10

Quando a segunda parte prometia ser mais calma, uma entrada «a matar» de François sobre Marcos Paulo, que obrigou inclusive o jogador a deixar o terreno de jogo, deixou o V. Setúbal reduzido a 10.

A Académica aproveitou, naturalmente, a vantagem numérica para carregar e Rafael Lopes esteve perto do golo em duas ocasiões. Também o Vitória poderia ter feito mossa, mas Ricardo emendou o erro de Halliche, que deixou fugir Pedro Tiba, com uma bela defesa. 

Sérgio Conceição arriscou tudo, tirando um central, João Real, para meter Manoel, um avançado. A Académica esticava-se, mas era Ricardo quem voltava a brilhar frente a Tiba. E por duas vezes mais. Não fosse o guardião, e os setubalenses poderiam ter saído de Coimbra com três pontos.