O Sporting venceu em Moreira de Cónegos (2-3), segura o terceiro lugar e recompõe-se da derrota do clássico, mas não se livrou de um susto para conquistar os três pontos em Moreira de Cónegos. Os leões estiveram por duas vezes em desvantagem, mas fizeram sentir o seu rugido na segunda metade.

Com a fórmula que bateu FC Porto e Benfica há pouco tempo, ainda que na Taça da Liga, o Moreirense demonstrou muita capacidade de sofrimento e velocidade para dar e vender nos contragolpes. Pergaminhos que puseram um leão mandão em sentido, mas a supremacia da equipa de Alvalade veio ao de cima com Bas Dost em plano de destaque, com um golo e uma assistência.

Podence entrou na segunda metade, foi determinante a mexer com o jogo e pertenceu a Adrien a missão de selar o triunfo dos leões.

Velocidade do Moreirense fatal

Rapidamente se percebeu o figurino do jogo em Moreira de Cónegos. O Sporting chamou a si as despesas do jogo, sem surpresas, impondo o seu estatuto. O Moreirense não se sentiu incomodado e aceitou essa condição quase que subalterna, de se relegar ao seu meio campo em maiores períodos de tempo.

Jorge Jesus desconfiava. O Sporting entrou a dominar, mas sentiu muitas dificuldades em criar lances de perigo efetivo. O técnico barafustava a cada tentativa de o Moreirense sair em contra ataque. Inácio ficou à beira de um ataque de nervos com os primeiros lançamentos para o ataque falhados.

Ia-se adivinhando. Domínio dos leões, mas o Moreirense com a tal capacidade de sofrimento a preparar o veneno para depois destilar, tendo em Sougou, Boateng, Nildo e Dramé, e na velocidade destes elementos, o veículo para estender a capacidade de transpirar o veneno até à área de Rui Patrício.

Bruno César acabou por fazer autogolo logo aos dezassete minutos num dos lances típicos preparados pelo Moreirense. Bola longa, Coates não conseguiu o corte, penteando apenas o esférico e, perante a ameaça de Dramé, Bruno César acabou introduzir a bola na própria baliza.

Uma deslocação de Bas Dost à esquerda, cruzando depois para Alan Ruiz rematar certeiro na área, devolveu o Sporting ao jogo a cinco minutos do intervalo, mas o empate durou apenas três minutos. Cauê bateu Patrício de grande penalidade, a castigar uma entrada fora de tempo do guarda-redes em mais um lance em que a velocidade nas costas da defesa foi preponderante.

Rugido do leão na segunda metade

Na segunda metade o guião ameaçou não se alterar. Pelo contrário, acentuou-se a supremacia dos leões na corrida atrás do resultado. Agudizaram-se as dificuldades do Moreirense em sair para o ataque, também por força da entrada de Bouba Saré para povoar o meio campo, em detrimento do poder de explosão de Nildo.

Fez-se sentir o rugido do leão, muito pela entrada de Podence para o lado esquerdo. O ex-Moreirense emprestou vitalidade ao ataque leonino e fabricou o primeiro de dois golos do Sporting em dois minutos. O extremo fletiu para o meio, iludiu a marcação e rematou sem hipóteses para Makaridze. A bola bateu no poste, mas estava lá Bas Dost para fazer a emenda.

Cinco minutos depois a cambalhota no marcador. Schelotto e Gelson assinaram mais uma combinação na direita, o defesa deu atrasado para Adrien e o capitão pôs o Sporting na frente do marcador pela primeira vez.

O Moreirense respondeu de pronto com uma bola na trave, mas não conseguiu evitar o quarto jogo consecutivo sem vencer. A equipa de Inácio ainda não venceu depois de conquistar a Taça da Liga, e caiu para o primeiro lugar acima da linha de água.

Triunfo sofrido, mas justo, do Sporting. Depois de provar do veneno do Moreirense, os leões mostraram as garras e traduziram a supremacia evidenciada ao longo do jogo.