Calor abrasador, pouco mais de mil pessoas nas bancadas e um espetáculo pobre a ficar a dever muitos predicados àquilo que se espera de um jogo do principal escalão do futebol português. O empate sem golos acaba por ser o espelho fiel daquilo que foi o embate desta tarde em Moreira de Cónegos no embate entre Moreirense e Feirense.

Jogo sem atributos técnicos, poucos motivos de interesse e escassos momentos de «frisson» a fazer com que o ponto que cada um dos emblemas amealha possa ser considerado positivo face ao futebol apresentado.

Depois de entrarem a empatar na Liga, os dois técnicos operaram poucas mexidas nos seus onzes. Mesmo com poucas alterações, Nuno Manta trocou Bruno Nascimento por Rocha, e Manuel Machado apresentou Sagna e Cádiz como novidades, o jogo iniciou-se forma muito confusa.

A principal preocupação das equipas era não perder a organização, pelo que privilegiaram o futebol direto para fazer face à falta de argumentos técnicos para construir jogo. A bola andou muito pelo ar, sem um sentido lógico e quase sempre mal tratada, levando a que na primeira parte não se registassem lances de perigo.

O máximo que ambos os conjuntos conseguiram foi conquistar pontapés de canto, o que demonstra a precariedade das movimentações ofensivas de «cónegos» e fogaceiros. Aliás, perante tal marasmo os lances de bola parada foram a principal aposta dos dois emblemas para tentar desfazer o nulo no marcador.

Flávio ganhou a toda a gente nas alturas na sequência de um pontapé de canto, mas cabeceou fraco na cara de Jhonatan, e Rafael quase enganou Caio ao cobrar um livre de forma traiçoeira quando se esperava um cruzamento. Foram os dois lances que andaram mais perto daquilo que se pode considerar perigoso para os guarda-redes.

O intervalo não foi bom conselheiro e a verdade é que pouco mudou depois do período de descanso. A intensidade manteve-se baixa, o evoluir do cronómetro não fez aumentar o risco, notando-se, em sentido contrário, uma preocupação maior em não deixar fugir o ponto do empate do que propriamente arriscar para conquistar os três em disputa.

Manuel Machado trocou o homem da frente ao intervalo, Cádiz deu o seu lugar a Peña, Nuno Manta Santos não precisou que bola rolasse muito tempo na segunda metade para acrescentar José Valência à linha mais adiantada.

Mudaram os intervenientes, talvez a tentar algum rasgo individual, mantiveram-se as dificuldades no processo e a falta de critério a armar jogo. O Moreirense assumiu algum domínio territorial nos instantes finais, Peña quase desfez o nulo de calcanhar e Ernest ainda agitou nos instantes finais, mas de forma insuficiente.

Houve jogo e Moreira de Cónegos, mas a festa do futebol não marcou presença. Faltaram golos, faltaram tentativas realmente capazes para o conseguir. Moreirense e Feirense voltam a empatar, mas esta tarde limitaram-se a não perder.