A FIGURA: Uribe

Parece jogar com uma bússola no bolso. O colombiano nunca perde o norte e, por isso, é um jogador influentíssimo no meio-campo portista. Uribe chega sempre a horas nas compensações e sabe o momento em que pode arriscar e criar desequilíbrios. Para lá disso, tem o dom de saber passar a bola redondinha. Foi isso que aconteceu aos 22m, quando lançou o compatriota Luis Díaz para o golo. Logo a seguir, dos seus pés saiu uma bomba que por centímetros não deu um golo de levantar o estádio. Na segunda parte, jogou mais recuado, atrás de Sérgio Oliveira e Vitinha, e limpou tudo o que podia à frente dos centrais. Época após época torna-se um jogador mais maduro. Excelente exibição. Mais uma.

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O MOMENTO: minuto 22. Um café colombiano para acordar

O som da bola de Moura a embater com estrondo no poste fez estremunhar o Dragão, que minutos depois acabou mesmo por acordar e levantar-se da cama para o golo que decidiu um jogo sofrido. Matheus colocou o seu compatriota na cara do outro Matheus. Uribe lançou Díaz e este picou com toda a classe. Há noites que só com um forte café colombiano dá para manter os olhos abertos. Desta vez, isso bastou para o FC porto voltar ao topo da tabela e não ver ninguém à sua frente.

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OUTROS DESTAQUES:

Vitinha

Joga de cabeça levantada e isso faz toda a diferença. Depois de se estrear a marcar pelo FC Porto, na última jornada, em Portimão, esta noite, Vitinha esteve um par de vezes de novo perto do golo. Não marcou. Mas pautou o jogo de forma superior, durante largos períodos. E é isso mesmo que faz dele um prodígio com a bola nos pés.

Luis Díaz

Inevitável. Há noites tão complicadas que só podem ser resolvidas por Díaz. Esta foi mais uma noite assim. Primeiro a velocidade estonteante, depois a classe dos predestinados. Foi assim que ele resolveu na cara do golo. Na segunda parte teve mais umas arrancadas que só não foram letais também por alguma infelicidade. Aí vão 11 golos na Liga. Que temporada está a fazer o craque colombiano.

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Ricardo Horta

Quando a bola lhe chegava aos pés, o FC Porto tremia. Foi assim quando se posicionava para as transições rápidas ou quando teve oportunidade para finalizar. Um bom exemplo disso foi uma oportunidade clara falhada aos 70m, num remate ao lado quando apareceu solto para finalizar na área azul e branca.

Moura

Um dos muitos jovens lançados por Carvalhal na equipa. Foi dele a melhor oportunidade para fazer golo dos minhotos, com um remate estrondoso ao poste, logo aos 15 minutos. No segundo tempo, continuou a criar perigo sobre a esquerda e voltou a farejar o golo. Bom jogo.