Já é normal o Portimonense proporcionar belos espetáculos de futebol, em velocidade e com grande sentido ofensivo. Agora, junte-se uma equipa com igual apetência, como é o Tondela, e o resultado é, independentemente de quem vencer, satisfação de quem assistiu e com a certeza de que assim vale a pena ir ao estádio e pagar o bilhete. Shoya Nakajima marcou os dois golos do jogo e Ricardo Ferreira evitou que o Tondela faturasse.

Confira a FICHA DO JOGO

Sempre com os olhos colocados nas balizas, as duas equipas proporcionaram um jogo interessante, movimentado e com oportunidades falhadas que dariam mais cor ao marcador. O Portimonense, com o habitual 4x3x3 de loucura ofensiva, teve mais iniciativa na etapa inicial e foi, paulatinamente, galgando terreno e aproximando-se da baliza da Cláudio Ramos. Depois das ameaças de Ruben Fernandes (20), num desvio de cabeça na sequência de canto que levou a bola passar junto ao poste, e de um perigoso remate de Pedro Sá, apareceu o génio de Nakajima aos 31, que recebeu de Dener  e fletiu da esquerda para o centro para colocar depois com a parte interior do pé direito a bola na gaveta, num golo de belo efeito e que materializava o ascendente algarvio.

O golo do Portimonense acordou o Tondela, que antes do intervalo teve duas boas situações para empatar, por Ansell (36) que na sequência de um livre cabeceou ao lado e por Tomané no minuto seguinte, valendo Ruben Fernandes aos algarvios, cortando para canto. Indícios do inconformismo beirão que aumentou depois do intervalo, mas sem efeito prático por via da ação de Ricardo Ferreira, guarda-redes do Portimonense.  

O ritmo baixara claramente e o Portimonense controlava sem ser, contudo, tão perigoso. Exceção para um remate de Lumor (62), que de primeira fez a bola rasar a trave. O Tondela já dividia o jogo e em campo já estava Heliardo, que em dois minutos esteve perto do golo: aos 66 desviou dentro da área e Ricardo Ferreira evitou com defesa por instinto com os pés e aos 68 num remate ao lado.

Com o avanço do Tondela no terreno o Portimonense ficou com mais espaço, e com transições rápidas foi ameaçando até ao golo da tranquilidade. Depois de Wellington (72) falhar, Shoya Nakajima (77) voltou a marcar, finalizando com facilidade uma jogada de Fabrício na direita, quando o Tondela estava com menos um em campo, por assistência a Joãozinho, que chocara, em jogada anterior, com Fabrício. Entre a perdida de Wellington e o golo de Nakajima, Miguel Cardoso poderia ter festejado, mas a bola passou junto à trave.

Já não faltava muito para o final e a crença do Tondela em inverter o rumo também diminuiu, mas mesmo assim Ricardo Ferreira voltou a negar o golo, num remate à figura de Pité.

Vitória justa do Portimonense mas o Tondela não merecia ter ficado em branco. Os algarvios, pela primeira vez neste campeonato, acabam um jogo sem sofrer golos.