Uma sexta-feira 13 não é, definitivamente, data que seja conhecida por ser pródiga em desfazer maldições. É o que dizem os supersticiosos, pelo menos. E se não era, é provável que para Pedro Carmona tenha passado a ser. O espanhol esteve perto de conquistar o primeiro ponto desde que assumiu o comando técnico do Estoril, mas viu Kuca prolongar a malapata e a resgatar os três pontos para o Arouca.

Não parece haver forma desta equipa estorilista entrar na linha e passam a ser quatro as derrotas consecutivas pela margem mínima.

Culpa do Arouca, que apesar de ter falhado muito mais do que lhe é habitual, pareceu sempre mais próxima do triunfo, e acaba a primeira volta com uns muito positivos 23 pontos. Ainda alguém se lembra da crise do início da época?

Entrada desalinhada do Estoril

Jorginho foi o primeiro jogador a tentar quebrar o gelo que se fazia sentir nos ossos de quem esteve em Arouca a assistir à partida de abertura da 17.ª jornada. Sempre ligado à corrente, o camisola 11 arouquense combinou bem com Artur e com Anderson e serviu, à vez, Walter e Mateus, que não foram capazes de aproveitar a excelência dos cruzamentos da nova coqueluche das gentes de Arouca.

Do outro lado, o Estoril entrou algo nervoso e com dificuldade em contrariar o opositor, que encostou a equipa da Linha à sua defesa nos primeiros 15 minutos. Pedro Carmona bem gesticulava do banco para tentar corrigir o posicionamento deficiente dos seus jogadores, mas só perto dos 20 minutos é que os estorilistas começaram a respirar com bola, travando o ímpeto inicial do Arouca.

FICHA DE JOGO E NOTAS DO AROUCA-ESTORIL

Esse maior equilíbrio que passou a verificar-se com o crescimento do Estoril tirou, porém, a emoção que tinha havido nos primeiros minutos, com oportunidades para Nuno Coelho, Walter e Mateus, estes, no mesmo lance após jogada de Jorginho.

Os canarinhos também ameaçaram com um remate de longe de Mattheus, perto dos 20 minutos, mas o que restou dos primeiros 45 minutos tem pouco para contar, ainda que se tenha assistido a alguns bons momentos de futebol.

Onde é que já vimos este filme?

Os primeiros minutos da etapa complementar mostraram uma réplica do que tinha acontecido no início da partida: um Estoril desconcentrado, a dar muito espaço ao adversário, que só por falta de eficácia não se colocou em vantagem.

Aproveitando ofertas dos estorilistas, Walter e Jorginho estiveram muito perto de marcar – ao 48' e aos 50', respetivamente, falhando ambos situações que o Arouca não costuma desaproveitar.

Aos 80 minutos, porém, lá se viu um fogacho da eficácia que o conjunto de Lito Vidigal costuma mostrar, quando Adilson colocou o Arouca na frente do marcador, que se pensava que seria decisivo.

Mas o primeiro golo do reinado de Pedro Carmona haveria de surgir nesta sexta-feira 13, aos 87 minutos, quando João Basso parecia ter cabeceado o azar do técnico espanhol para longe.

Só que no último suspiro da partida, lá estava Kuca para dizer que ainda não era desta, e fazer o Arouca regressar às vitórias caseiras no campeonato, algo que não acontecia desde a jornada 11.

Será preciso o Estoril ir à bruxa? Não temos a resposta para dar a Pedro Carmona, pero que las hay...