A FIGURA: Gonçalo Paciência

Nem sempre bem, mas foi o que mais tentou mexer com o jogo. Aliás, foi, muitas vezes, Gonçalo contra o mundo. Não é avançado de ficar na área à espera de uma bola e, com isso, participa muito no jogo. O que é uma boa notícia. Primeiro porque sabe o que fazer com a bola, como se viu em várias arrancadas a partir dos flancos para o centro, sobretudo na segunda parte. Depois porque tem o instinto que não lhe trava a vontade de arriscar, como se viu nos remates de longe que puseram Charles em sentido. Faltou o golo, claro, o que penaliza sempre a nota a um avançado. Foi perdendo discernimento à medida que este não aparecia e o cansaço acumulava.

O MOMENTO: a trave, parte III

Minuto 81. Já tinha havido dois remates ao ferro, um para cada equipa, mas o terceiro, na melhor jogada das três, deixou antever que dificilmente haveria golos esta noite. Gonçalo Paciência foi inteligente a deixar para Krovinovic que disparou fortíssimo. A bola passou Charles mas não o travessão. Não era noite para golos.

NEGATIVO: ausência de golos

Há jogos assim, em que os protagonistas acabam a dizer que «só faltou o golo». O que é verdade mas, também, acaba por desaguar na questão mais incómoda: e não é o golo o mais importante de um jogo?

Outros destaques

Krovinovic

Luís Castro desviou Rúben Ribeiro para o flanco, face à ausência de Heldon, e apostou no croata para criar jogo. Krovinovic fez o que sabe: pegou na batuta e ditou leis no futebol ofensivo da sua equipa. Arriscou no remate, abriu várias vezes a defesa do Marítimo e lutou nas costas do avançado. Atirou à trave na última grande oportunidade do Rio Ave no jogo.

Petrovic

Altos e baixos. Parece ter ganho o lugar na equipa mas ainda não convence plenamente. Na primeira parte passou quase sempre ao lado do jogo, até aparecer num remate rasteiro que não saiu longe. Na segunda foi mais ativo, participou mais na construção, mas também não deu a qualidade na primeira fase que a equipa precisava. Ainda precisa ganhar entrosamento.

Cássio

Sobretudo na reta final, foi decisivo a segurar o nulo, com três defesas importantes que o catapultam para um lugar de destaque no encontro.

Fransérgio

Um poço de força. Por mais de uma vez recuperou uma bola no seu meio campo defensivo e partiu, imparável, rumo à área contrária, fazendo uso da sua força física, técnica e velocidade. Numa delas isolou Dyego Sousa na melhor oportunidade do Marítimo no primeiro tempo.

Ghazaryan

O arménio não é extremo mas a equipa não se ressente. Característica dos jogadores de qualidade. Encostado ao flanco pois Daniel Ramos prefere um meio campo mais de luta, Ghazaryan não deixou de vir buscar jogo e tentar levá-lo para campos onde possa fazer a diferença. Teve um livre a rasar o poste perto do intervalo.

Maurício

Luta interessante com Gonçalo Paciência, primeiro, e também com Guedes, depois. Seguro defensivamente, ainda ficou perto de fazer o golo da época numa tentativa quase do meio campo que, entre sorte e azar, esbarrou na trave.