Promessas de um futebol de ataque alucinado, de movimentações e vertigens constantes, guardadas, quebradas. Durante grande parte do encontro, sublinhe-se.

O FC Porto sai de Tondela com o sentimento de dever cumprido, mas com várias sensações nunca antes experimentadas, ao longo dos 90 minutos. Dificuldades tremendas até ao 1-0, facilidades absurdas e golos desperdiçados, em demasia na etapa complementar.

Valeram os talentosos Brahimi e Corona, juntamente com a frieza de Aboubakar para tentar resgatar todas essas promessas deixadas de parte e fazer o primeiro golo do encontro.

FILME DO JOGO E FICHA DO ENCONTRO

Até ao minuto 38, momento do tento de Aboubakar, a formação de Sérgio Conceição sentiu dificuldades gritantes em conseguir superar a excelente organização da equipa do Tondela.

Ousados, os tondelenses conseguiram estancar, em boa parte, aquele futebol avassalador e voraz dos dragões, capaz de desferir golpes sucessivos e impiedosos no adversário. Coragem em boa medida, audácia e algum talento à mistura.

A formação de Pepa não se limitou defender e a correr atrás da bola, apesar de conceder a iniciativa de jogo ao adversário. Procurou sempre apanhar os portistas desprevenidos e por algumas vezes rondou a baliza de Casillas. Sem efeitos práticos, diga-se. Tudo isso levou o FC Porto a vários momentos de precipitação e sofridão. Os portistas passaram da intensidade inicial à ânsia, inerente ao 0-0.

Esse FC Porto deixou transparecer medos e inseguranças nunca antes vislumbrados.

Desesperavam, de forma evidente, por um rasgo de génio capaz de desbloquear um encontro que se começava a tornar difícil. Eis que, Brahimi e Corona responderam assertivamente a esse grito da equipa e criaram o único golo do encontro finalizado por Aboubakar.

Esperava-se que, a partir do golo, os portistas se tornassem avassaladores, capazes de continuar a desferir golpes sucessivos no adversário à semelhança do que fizeram no passado recente. Contudo, tal não acabou por suceder, apesar do início prometedor na etapa complementar.

É inegável que teve oportunidades para ampliar o marcador, sobretudo por intermédio de Aboubakar e Marega. Contudo, essa incapacidade para dilatar a vantagem, galvanizou a equipa do Tondela.

O Dragão retraiu-se e sofreu. Recuou, como nunca antes tinha acontecido, e por pouco não acabou penalizado. Valeu Casillas a negar o empate a Wagner, dentro dos minutos finais.

Deslocação muito difícil para um FC Porto que nunca se conseguiu afirmar em pleno neste jogo. Soube sofrer quando o jogo assim o obrigou e isso faz parte do ADN das equipas grandes. Garantiu, sem brilho de outras noites, o fundamental: os três pontos.

Em suma, saiu do Estádio João Cardoso incólume, de peito feito e com ares de comandante do campeonato, ainda que repartido com Sporting e Rio Ave. Do outro lado, ficou um Tondela que fez o suficiente para pelo menos fazer um golo e quiçá, sonhar com outro desfecho.