O grito de guerra que todas as equipas costumam dar antes da entrada em campo teve esta tarde um efeito diferente no Boavista. Hora de despertar, reunir as tropas e avançar para a vitória. O caminho? O mais rápido possível. Foio por esse atalho, consumado num golo madrugador que iniciou a demanda, que veio o triunfo, algo que o público do Bessa pedia depois de duas derrotas caseiras seguidas. O Portimonense caiu vítima das suas evidentes limitações defensivas esta tarde e o resultado final (2-0) espelha bem o que foi o jogo, sobretudo enquanto as equipas tiveram o mesmo número de homens.

Que o golo de Fábio Espinho tenha surgido aos quatro minutos, até pode ser visto como...tardio. Antes desse lance em que o médio emendou um passe de Mateus para uma baliza deserta, já outros dois poderiam ter desfecho idêntico, houvesse outro acerto no passe. Primeiro Kuca, em tarde pouco inspirada, logo no lance inaugural do ataque da casa, que com tempo para tudo, colocou a bola nas mãos de Ricardo Ferreira. Um minuto depois, Mateus fez o mesmo no lado oposto e, depois, veio então o golo que se adivinhava.

O Portimonense quando entrou no jogo já estava a perder e a muito o devia a um desacerto defensivo evidente. Os laterais estavam demasiado permeáveis e os centrais não chegavam para as dobras. Ia valendo Ricardo Ferreira, como no lance em que com o pé evitou o golo de Mateus.

No ataque, é certo, os algarvios eram diferentes. Já se sabe, é esse o ponto forte da equipa de Vítor Oliveira e, mesmo desfalcado de Fabrício esta tarde, tinha em Nakajima e Paulinho dois perigos constantes na construção. Faltava encontrar forma de um final feliz.

Rosell ainda tabelou bem com Pires para um remate que Vagner defendeu, mas foram do Boavista, novamente, as situações mais claras. A facilidade para entrar na área contrária mantinha-se e Leonardo Ruiz, por duas vezes, ficou perto de emendar com sucesso.

O golpe final veio em cima do intervalo. A expulsão de Lucas, por falta sobre Fábio Espinho, trouxe agregado o 2-0, já que na recarga ao livre correspondente, cobrado por David Simão e superiormente defendido por Ricardo Ferreira, Talocha aumentou a contagem e praticamente acabou com o jogo.

Faltavam 45 minutos, é certo, mas havia uma montanha para os homens de Vítor Oliveira escalarem. A primeira medida do técnico foi estancar a ferida na defesa, sacrificando Pires e colocando Felipe, que também viria a ser expulso em cima da hora, por acumulação de amarelos. O Portimonense passou a defender melhor, mas também é certo que o Boavista da segunda parte nunca teve o fulgor da primeira. Se a ordem tinha sido para atacar rápido, o objetivo estava parcialmente atingido e o grito de guerra era já uma ténue recordação. O segundo tempo foi, assim, de controlo.

Juntando Nakajima a Paulinho na frente, o Portimonense tentou, quase até ao fim, um golo que relançasse o jogo. E foi mais perigoso no segundo tempo, embora criando perigo apenas em remates de longe. No melhor, obra de Paulinho, brilhou Vagner, mantendo a baliza a zeros.

Lumor também tentou a sorte, ele que esteve muito melhor a atacar do que a defender, e, do outro lado, o melhor que se viu foi um tiro de Rui Pedro, um dos homens lançados por Jorge Simão, depois de Rochinha e antes de Tahar, que também não passou longe.

Não interessou. O resultado estava feito e a história do jogo conta-se em 45 minutos. Os mesmos que o Boavista levou a levar de vencido o Portimonense e aumentar a crise de resultados algarvia, sem ganhar desde novembro. No Bessa já moram 24 pontos e o oitavo lugar à condição. A meta está cada vez mais perto, sendo que esta batalha foi ganha ao sprint.