Vilacondenses anularam duas desvantagens no marcador e arrancaram empate mesmo em cima do final, mantendo-se na rota de um lugar europeu.

Na visita à cidade raiana em Trás-os-Montes, o Rio Ave mantém aberta a porta da Europa, com o empate arrancado a ferros e já nos descontos.  

O Desportivo de Chaves, à procura de atingir os 40 pontos no final da época, esteve perto do objetivo, e esteve a vencer com um golaço de Fábio Martins e um golo caricato de Pedro Tiba. Guedes e Tarantini fizeram os golos que mantêm o Rio Ave a três pontos do Marítimo e matematicamente na luta pelo 6º lugar.

Ficha de parte e ao minuto

Segunda parte dramática no Municipal Engº Branco Teixeira, após um primeiro tempo onde o golo de levantar o estádio de Fábio Martins foi a nota de maior registo. Guedes deu um primeiro empate, mas Tiba voltou a dar vantagem aos flavienses. Sem deixar de acreditar, o capitão do Rio Ave fez mesmo em cima do final um importante golo para a sua equipa.

A maior novidade na equipa da casa acabou por ser o regresso de Ricardo à baliza, depois de ter ficado do último compromisso por opção, substituindo o castigado António Filipe. Mas Ricardo Soares lançou ainda Massaia no centro da defesa, Braga no meio campo e Fábio Martins na ala em relação à deslocação ao terreno do Estoril.

Já Luís Castro mexeu três peças na sua equipa, fazendo regressar ao onze Nélson Monte, Pedro Moreira e Rúben Ribeiro, face à derrota caseira com o Benfica.

Obra de arte abriu o marcador

Ainda com pouco para contar, Fábio Martins fez como que se tivesse muito para dizer. Trabalho incrível do extremo, pela esquerda, que sozinho fintou meia equipa do Rio Ave, arranjou espaço para o remate e bateu Cássio em grande estilo.

Os vilacondenses acusaram a pressão da luta pelos lugares europeus e os flavienses aproveitaram para entrarem em grande estilo. William, Fábio Martins e Braga iam obrigando a defesa contrária a trabalhos redobrados.

Após o primeiro da partida, a resposta dos visitantes foi lesta, mas Rúben Ribeiro não conseguiu imitar Fábio Martins, num movimento semelhante que acabou num disparo por cima.

Mas a partir dos 20 minutos o jogo mudou de figura, com o Rio Ave a conseguir mesmo ‘pegar’ no jogo, preferencialmente pela esquerda, estendendo-se no ataque às redes de Ricardo. Agressivos na procura da bola, os da casa fizeram muitas faltas e viram ainda três amarelos (Fábio Martins, Bressan e Pedro Tiba).

Das bolas paradas pouco perigo surgiu, pois Ponck e Massaia mostraram-se imperiais nas alturas, mas aos 29 minutos o empate esteve mesmo perto, quando Rúben Ribeiro e Rafa Soares combinaram bem, servindo na área Krovinovic, mas o croata disparou às malhas laterais, perdendo a melhor situação.

Com mais dificuldade em lançar contra-ataques perante o balanceamento ofensivo do adversário, o Chaves teve uma boa situação para ampliar o marcador aos 33 minutos, com Hamdou a combinar com Rodrigo e a servir William, mas este falhou o desvio final.

Guedes e Tarantini mantém Rio Ave na luta

O ataque da equipa de Luís Castro dependia tanto do flanco esquerdo que o técnico deixou o extremo direito, Gil Dias, no balneário e lançou Heldon logo no arranque da segunda parte.

O jogo acelerou de repente e as duas equipas estiveram perto de marcar, com o Rio Ave a ter duas situações, por Nélson Monte após canto, e Rúben Ribeiro em contra-ataque, que Massaia cortou para canto. Pelo meio uma bonita jogada dos flavienses só não deu em golo porque Braga não conseguiu desviar de Cássio uma combinação de Tiba, Rodrigo e Hamdou, com este a servir o médio.

Antevia-se o golo e este aconteceu pouco depois, aos 58 minutos, e para os visitantes, numa jogada simples mas eficaz. Heldon mostrou clareza ao encontrar Guedes na área, e desta vez o avançado conseguiu receber a bola e não perdoou.

Mexeu de imediato Ricardo Soares, refrescando o meio campo com a entrada de Patrão para o lugar de Braga, e os flavienses voltaram à carga à procura do golo.

Primeiro, aos 64 minutos, Bressan falhou a conclusão de mais uma jogada bonita da equipa da casa, com Hamdou a servir o médio mas este a ver Nélson Monte a cortar em cima da linha. Mas aos 67 minutos a bola entrou mesmo. Jogada de insistência de Pedro Tiba, que em luta com Marcelo viu este embrulhar-se com Cássio e a bola ficou à mercê de Tiba, que sem ninguém à frente atirou a contar.

O jogo desenrolava-se perto das duas balizas e face a um resultado que nada interessava o Rio Ave respondeu de imediato. Rafa Soares serviu Heldon, mas este em excelente situação não conseguiu marcar.

Já com a frente de ataque mais aberta, com a entrada de Gonçalo Paciência, o Rio Ave voltou a estar perto do empate aos 81 minutos, com Heldon, novamente, a servir Guedes, mas desta vez a parceria não resultou e o cabeceamento saiu por cima.

Nesta altura já Ricardo Soares tinha respondido à mexida e lançado Nuno André Coelho para o meio campo, para segurar a vantagem mínima, mas mesmo assim os visitantes encontravam espaço. Rafa Soares aos 83 invadiu a área mas Massaia voltou a ser fundamental.

Por falar em espaço, havia muito mais no meio campo contrário, e o Desportivo de Chaves só não ‘arrumou’ com o encontro aos 86 minutos porque Batatinha atirou ao poste, num lance rápido entre Nélson Lenho e William, que serviu o brasileiro.

O jogo aqueceu até final e terminou de forma dramática. Sem desistirem, os vila-condenses atacaram até ao último suspiro e foram felizes. Num canto pela esquerda, Guedes falhou um primeiro desvio mas Tarantini não e empatou o encontro, num golo que mantém o Rio Ave na luta por um lugar de acesso à Liga Europa.