O dono do 6.º lugar só será conhecido na última jornada. O Marítimo esteve muito perto de conseguir o objetivo da época esta tarde, na receção ao Estoril-Praia, mas a equipa a “Linha”, com uma exibição muito personalizada, fez questão de estragar a festa. O empate (1-1) é um prémio para os insulares, visto que os canarinhos podiam muito bem ter somado os três pontos.

A formação insular entrava para a penúltima jornada com 48 pontos, mais três que o Rio Ave, que à mesma hora jogava em Chaves, frente ao Desportivo local. O Marítimo chegou a estar com um pé na Europa, mas o Rio Ave recuperou de duas desvantagens frente ao Desportivo de Chaves.

A tranquilidade canarinha, furto da permaência assegurada na última ronda, e a pressão verde-rubra pela conquista de um lugar europeu, constituíam bons ingredientes para um bom espectáculo de futebol. Os esquemas tácticos apresentados com os onzes iniciais apontavam também para isso.

Ficha de jogo

A equipa de Pedro Emanuel apostou num 4x4x2 com muitas alterações em relação ao último jogo, que se saldou com uma vitória por 2-1 na receção ao Desportivo de Chaves que assegurou a permanência na Liga. Thierry Graça, João Afonso, Joel Pereira, Kléber e Licá ficaram de fora, com a promoção à titularidade de Luís Ribeiro, Gonçalo Brandão, Ailton, Bruno Gomes e André Claro.

Pelo lado do Marítimo, Daniel Ramos apresentou o onze muito semelhante ao que colocou em campo no empate (1-1) contra o FC Porto, mas em 4x4x3. Coronas substituiu o lesionado Luís Martins e Brito na extrema esquerda.

Previa-se um bom espetáculo mas tal não veio a acontecer, embora a espaços ambas as equipas tivessem tentado contribuir para esse desiderato. Na primeira meia hora não se registaram oportunidades de golo flagrantes. Viu-se muita luta pela posse de bola, com a equipa da Linha a protagonizar os principais lances de perigo, quase sempre em contra-golpe.

Neste período, valeu a concentração dos centrais do Marítimo. Zainadine e Raul Silva resolveram os lances ofensivos criados pelo ataque estorilista, que teve em Bruno Gomes um dos seus elementos mais perigosos, devido ao seu poder de arranque e visão de jogo.

Foi em cima do intervalo que a festa do golo quase se concretizou. Primeiro pelo Estoril, que na sequência de um livre bem executado, por Mattheus, obrigou Charles uma grande defesa. A bola ainda sobrou para a recarga de Bruno Gomes, mas o guardião insular opôs-se novamente com nova defesa de grande nível.

Três minutos depois, um cruzamento de Brito na esquerda encontrou Alex Soares solto na área, mas o médio, tentou o cabeceamento de costas para a baliza, acabando a bola por sair à figura de Luís Ribeiro, que segurou sem problemas.


Filme do jogo

O intervalo chegou com pouco depois. E, em jeito de resumo dos primeiros 45 minutos, o Marítimo revelou as habituais dificuldades em construir em ataque continuado, enquanto que o Estoril revelou uma grande a apetência e qualidade para produzir transições rápidas que apenas pecaram na zona de finalização.

No reatamento, a equipa de Pedro Emanuel entrou melhor. Charles foi posto à prova num par de ocasiões, por Mano e Carlinhos. Mas quando parecia que o Marítimo ia passar por mais dificuldades, Raul Silva voltou a fazer das suas.

Aos 56', na sequência de um livre cobrado Edgar Costa desde a direita para o interior da área, Luís RIbeiro saiu da baliza para deixar-se antecipar pelo central goleador do Marítimo, que anotou o sétimo da conta pessoal na Liga.

Pedro Emanuel não quis esperar muito tempo e nos minutos seguintes mexeu na equipa operando uma revolução na frente de ataque, fazendo entrar Kléber, Mateus Índio e Licá, até porque a sua equipa denotava algum desalento com o golo sofrido algo contra a corrente do jogo.

As alterações não tardaram muito a surtir o efeito pretendido. O Estoril começou a aproximar-se com mais perigo do último reduto insular e obrigou Raul Silva a fazer falta para o segundo cartão amarelo. O livre, assinalado à entrada da grande área, sobre o lado esquerdo, foi aproveitado por Kléber para o golo do empate. O brasileiro, que já representou o Marítimo, rematou em jeito e colocado para o poste direito da baliza de Charles, que não teve qualquer hipótese.

Com empate restabelecido e o Marítimo a atuar com menos um jogador em campo, Daniel Ramos, que antes já havia lançado a jogo António Xavier por troca com o apagado Brito, viu-se obrigado a tirar Alex Soares, fazendo Deyvison. 

O jogo atravessou uma fase em que o Estoril apostou mais no segundo golo, com Marítimo a ceder claramente a iniciativa para apostar no contra-ataque, que não veio a funcionar. Em cima dos 90’, valeu à equipa insular nova grande defesa de Charles, a um cabeceamento de Kléber desferido de cima para baixo. O guarda-redes do Marítimo salvou com uma palmada que ainda levou a bola a tocar na trave.