Nuno Espírito Santo avisou que não havia espaço para falhar e o Dragão não falhou. Uma vitória clara, sem margem para dúvidas, e que, esperam os portistas, sirva para devolver à equipa a confiança perdida. É que esse défice de confiança, que o FC Porto pagou caro em jogos anteriores, não esteve ausente deste encontro, até que o golo de Óliver Torres atuou como um bálsamo e apaziguou o espírito do Dragão.

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O FC Porto entrou em campo com pressão extra. Além dos fantasmas de empates passados e da derrota frente a este Moreirense que ditou a eliminação da Taça da Liga, o facto de poder ganhar terreno na luta com os adversários diretos Benfica e Sporting, ambos sentenciados com empates nesta jornada.

A jogar em casa, os dragões fizeram o que lhes competia e assumiram a iniciativa do jogo. Alex Telles era o principal motor das transições ofensivas, a levar o jogo para a frente. Mas o FC Porto não jogava sozinho e o adversário mostrou-se organizado e determinado a fechar os caminhos para a baliza de Makaridze, assim como a espreitar a área portista quando podia. O melhor exemplo é um contra-ataque que culminou com um remate de Geraldes a que Casillas respondeu com uma boa defesa.

Mas o grosso da ação ofensiva era efetivamente do FC Porto. Só que os remates iam saindo ao lado, Makaridze defendia, ou os defesas conseguiam a interceção. Começou então a aflorar um nervosismo na equipa portista com o avançar do relógio, que se traduzia em passes errados e falta de critério em alguns lances. Até que surgiu o lance que mudou o jogo.

Aos 30 minutos, Alex Telles bateu um livre junto à área portista. Makaridze respondeu com uma defesa para a frente. A bola parecia que ia sair. Parecia a muitos, mas não a Marcano, que não desistiu do lance. Apesar de apertado, colocou em Oliver à entrada da área, que rematou, com a bola a só parar no fundo da baliza.

Feito o golo, os portistas procuraram o seguinte. A bola já parecia rolar de forma mais consonante com os desejos portistas. Os passes já saíam melhor. E, na verdade, havia mais espaços a explorar, porque o Moreirense abriu um pouco o jogo à procura do golo do empate.

Mas foi o FC Porto que voltou a marcar. O golo é de André Silva, mas o ADN é quase todo de Diogo Jota. Uma excelente arrancada do jovem emprestado pelo Atlético de Madrid, a jogar com Corona na direita. O mexicano rematou para a defesa de Makaridze para a frente, e André Silva apareceu depois no coração da área para cabecear baixo para o fundo da baliza.

O 2-0 quase ao intervalo já era mais confortável para as aspirações portistas e mais positivo se tornou quando, ao cair do pano da primeira parte, Francisco Geraldes foi expulso, deixando o Moreirense reduzido a dez para o restante do jogo.

Não foi, por isso, surpresa que na segunda parte o FC Porto tivesse dominado completamente. O terceiro golo chegou por Marcano, que apareceu sozinho no centro da área a responder a um canto batido por Herrera.

Até ao final, o FC Porto andou sempre perto de ampliar a vantagem. Makaridze negou por três vezes seguidas o golo a André Silva, com remates à queima-roupa. Diogo Jota também esteve em excelente ocasião de marcar. E até o regressado Kelvin, que voltou a vestir a camisola dos Dragões após empréstimo, estava desejoso por fazer o marcador mexer, mas acabou por atirar sempre ao lado.

O FC Porto reduz assim a quatro pontos a desvantagem para o Benfica e amplia para quatro a vantagem sobre o Sporting.