Fechada a porta da Liga Europa, o Sporting abriu uma nova porta que pode vir dar acesso à Liga dos Campeões, uma vez que a conjugação dos resultados do clássico da Luz e do dérbi do Restelo deixam, agora, a equipa de Jorge Jesus a depender de si própria para chegar ao segundo lugar. Um grande jogo de futebol, com sete golos, com a equipa de Silas, bem atrevida, a adiantar-se no marcador e com os leões a virarem o resultado, numa questão de minutos, logo a abrir o jogo. Depois, já na segunda parte, a equipa da casa, com uma alma enorme, voltou a empatar, com dois golos de rajada, antes dos lesões recuperarem a vantagem de forma definitiva, num jogo repleto de casos e com três grandes penalidades.

Confira a FICHA DO JOGO

O jogo começou frenético, com o Belenenses a subir em bloco para o meio-campo do Sporting e a colocar muitos problemas aos leões. Logo a abrir, aos 4 minutos, grande penalidade favorável para a equipa da casa. Remate forte de Diogo Viana, defesa incompleta de Patrício. Surge depois Yazalde para a recarga, toca de cabeça, mas depois é atingido, na face, por Patrício. Bruno Paixão, alertado pelo VAR, ainda consultou o monitor para rever o polémico lance e apontou mesmo para a marca de grande penalidade de onde Yebda, com tranquilidade, fez o 1-0. Resposta imediata dos leões que empataram logo a seguir, passados outros quatro minutos, com Bas Dost a finalizar à vontade, depois de destacado com um passe espetacular de Bruno Fernandes. Sem tempo para respirar, Gelson ameaçou a reviravolta e acabou mesmo por marcar, quatro minutos [outra vez!], depois do golo de Bas Dost. Mais uma assistência de Bruno Fernandes que abriu na direita para o jovem extremo marcar com um remate cruzado. Tinhamos jogo!

Três golos, marcado de quatro em quatro minutos, dão bem conta da intensidade deste início de jogo, com um Belenenses de tração à frente, a deixar muito espaço para os contra-ataques do Sporting. Apesar da rápida reviravolta, a equipa de Silas manteve a postura, com uma defesa de três centrais e um meio-campo bem subido no terreno a procurar prender os leões junto à área de Patrício. O problema é que o Sporting, quando recuperava a bola, tinha metros e metros livres pela frente. O jogo seguiu, assim, aberto, mas já sem a intensidade inicial. O Belenenses procurava explorar as costas dos laterais do Sporting, mas sem grande sucesso, permitindo saídas rápidas para os leões que foram ameaçando o terceiro golo. Battaglia esteve muito perto de marcar, na sequência de um canto de Bruno Fernandes, mas foi Acuña que assinou o terceiro. Cruzamento de Ristovski sobre a direita, grande receção do argentino que depois atirou colocado, sem hipóteses para André Moreira. Um golo que levou Bruno Paixão a consultar novamente o VAR, ao que tudo indica, porque houve dúvidas quanto à forma como Ristovski controlou a bola no início da jogada, muito antes de cruzar para o argentino. O Sporting chegou ao intervalo com uma vantagem justa, depois de reagir muito bem ao primeiro golo.

Mais três na segunda parte

Uma vantagem que permitia aos leões gerir o jogo, até porque na quarta-feira há novo teste difícil, com a receção ao FC Porto, para a Taça de Portugal. Terá sido nesse sentido que Jorge Jesus poupou Fábio Coentrão depois do intervalo, recuando Acuña e lançando Wendel para o lado de Battaglia e Bryan Ruiz para o lado esquerdo do ataque. Silas também aproveitou a pausa para refrescar o ataque, com a entrada de Nathan que tinha marcado ao Benfica e ao FC Porto. A segunda parte começou com toada bem mais morna do que a primeira, com o Belenenses com mais posse de bola e o Sporting com uma gestão inteligente.

A verdade é que o leão amoleceu e, quase sem dar por isso, permitiu o empate. Primeiro o 2-3, num ataque rápido, com Nathan a cruzar atrasado para uma bomba de Licá. Um golo que empolgou a equipa da casa e, logo a seguir, o mesmo Licá destaca-se na área e é carregado por Acuña. Na conversão da grande penalidade, Fredy atirou colocado, a bola ainda beteu no poste e entrou. Num ápice o Sporting deixava escapar uma vantagem que parecia confortável, até pela forma como controlava o jogo.

Mas num jogo repleto de casos, nova intervenção do VAR permitiu aos leões recuperar a vantagem. Num lance em que André Pinto esteve muito perto de marcar, João Capela, o vídeoárbitro de serviço, detetou uma falta de Yebda sobre Bas Dost que ficou caído no relvado. Grande penalidade para o SPorting e segundo amarelo para o argelino. Um caso dentro do caso: o holandês, enquanto Bruno Paixão consultava o VAR, saiu para receber assistência e, depois, não teve autorização para reentrar e marcar o castigo máximo. Marcou Bruno Fernandes que foi logo festejar com o holandês.

Faltavam dez minutos para o final, mas o jogo estava longe de ter acabado. Pelo contrário, voltou a incendiar-se, com a intensidade a subir a olhos vistos na ponta final. O Belenenses, apesar de reduzido a dez, ficou, aliás, a centímetros de novo empate, num cruzamento puxado de Florent que Patrício desviou para a barra. Logo a seguir Maurides, que também foi chamado ao jogo, caiu na área, mas desta vez, Bruno Paixão nada assinalou. Jorge Jesus procurou depois segurar a vantagem com a entrada de Petrovic para o lugar do desgastado Bruno Fernandes e os leões conseguiram, finalmente, serenar o jogo. Acuña até voltou a marcar, em tempo de compensação, outra vez a passe de Ristovski, mas desta vez estava em posição irregular.

O jogo acabou com a vantagem curta dos leões, mas que serve perfeitamente os interesses da equipa que, ainda com mais um dérbi com o Benfica em perspetiva, depende agora de si própria para chegar, pelo menos, ao segundo lugar.

Veja o resumo do jogo: