*por Raul Caires

O Boavista voltou às vitórias esta quinta-feira, após quatro jornadas sem vencer, ao superiorizar-se por 2-0 no terreno do «aflito» Nacional, em partida a contar para a 15.ª jornada da Liga. A equipa de Miguel Leal apenas facilitou no segundo tempo ante um Nacional que voltou a evidenciar carências no seu colectivo. Manuel Machado perdeu uma batalha importante com adversário que também luta pela manutenção. Já os boavisteiros, deram um salto importante nesta luta.

Confira a FICHA DO JOGO

O Boavista entrou notoriamente a pressionar o Nacional no seu meio campo, com a equipa madeirense, algo prejudicada pelo vento que soprava em seu desfavor, a ser obrigada a aceitar o domínio «axadrezado». Foi nesta toada que a formação de Miguel Leal chegou cedo ao primeiro golo da partida, quando aos 11 minutos, com uma recuperação de bola rapidamente colocada em Iuri Medeiros, este entrou na área para servir Anderson Carvalho. Rui Silva defendeu o remate do jogador maltês, mas Shembri conseguiu recuperar o esférico e fazer nova assistência para Makhmudov, que, livre de marcação, atirou a contar.

Em desvantagem, o Nacional tentou reagir mas sem grande critério, já que as transições ofensivas algo denunciadas que ia construindo acabavam por ser facilmente desfeitas pelo bloco coeso do Boavista, que não se deslumbrou com o golo madrugador e manteve as suas linhas muito próximas.

Esclarecimento não faltou ao Boavista. Depois de ameaçar com meia distância e alguns lances individuais que revelaram algum nervosismo da defensiva da casa, a equipa portuense chegou ao segundo. Aos 32 minutos, Anderson Carvalho «furou» os centrais do Nacional e serviu Renato Santos, que ao rematar de primeira e colocado, à entrada da área, assinou um grande golo. Rui Silva nada pôde fazer.

Repetia-se o filme do último jogo caseiro da equipa madeirense, que ante o Tondela viu-se a perder por 0-2 em pouco mais de meia hora de jogo. Mas ao contrário do que aconteceu nessa partida, Manuel Machado não esperou pelo início da segunda parte para mexer na equipa, já que fez sair Aly Ghazal para a entrada de Vítor Gonçalves.

A alteração não produziu grandes efeitos, em termos de construção de jogo ofensivo, pois o Nacional continuou até ao intervalo sem dispor de oportunidade de golo, em contraste com o Boavista, que podia ter ido para o descanso a vencer por mais que dois. 

Boavista sempre mais perto do terceiro

No reatamento, o técnico  nacionalista trocou o apagado Witti por Bonilla e poucos minutos depois do Boavista ter estado perto do terceiro, esgotou as substituições fazendo entrar Willyan para o lugar de Tiago Rodrigues. 

Mas foi o Boavista, que continuava fiel à estratégia de defender bem longe da sua baliza e a pressionar com grande eficácia a primeira fase de construção da equipa da casa, que esteve mais perto de marcar. Aos 55 minutos, Schembri surgiu solto na área de Rui Silva. O jovem guardião do Nacional defendeu um primeiro remate e depois viu a recarga esticar as malhas laterais.

O lance espevitou o Nacional, pois passou a construir o que não havia conseguido no primeiro tempo. Sucederam-se lances de golo na baliza do Boavista, e a já com o central César na posição de ponta de lança – solução que havia dado resultado contra o Tondela, que, recorde-se, os madeirenses acabaram por vencer por 3-2 – os adeptos começaram a acreditar em nova “remontada”.

Desta feita nada correu bem ao ataque madeirense. Agra e Bonilla dispuseram, cada um, de um par de ocasiões para relançar o Nacional na discussão do resultado, mas quando esbarraram na segurança de Agayev, perderam-se na falta de eficácia e discernimento.

No final, sobraram apenas muitos assobios e lenços brancos para Manuel Machado.