Rio Ave e Tondela empataram a um golo no jogo que encerrou a jornada 30 da I Liga.

Apesar do empate, este foi um duelo que teve diferenças claras.

No mesmo jogo, desde logo, duas lutas bem distintas. O Rio Ave joga pela Europa e em caso de vitória isolar-se-ia no 5.º lugar, que dará acesso às provas da UEFA, deixando para trás o Marítimo.

O Tondela flutua bem acima da linha de água, ao contrário das duas épocas anteriores, mas ainda não está totalmente a salvo de algum imprevisto.

Os doze pontos de diferença e o fator casa fariam esperar uma correlação de forças diferente esta noite em Vila do Conde.

Rio Ave-Tondela, 1-1: ficha e jogo ao minuto

O Rio Ave entrou melhor em campo e esteve por cima durante quase todo o primeiro tempo. Até que surgiu um momento de descontrolo emocional (já lá vamos) e alguma quebra física no segundo tempo, que permitiu aos beirões reequilibrarem o jogo.

Antes de mais, Guedes. O 100.º jogo com a camisola do Rio Ave até lhe valeu uma homenagem antes do apito inicial e a verdade é que o jogo até parecia correr bem ao ponta de lança dos vila-condenses, que aos 26’ assistiu Diego Lopes para inaugurar o marcador.

Ainda nem tinham dez minutos passado e já Guedes voltava a estar em destaque, ao sofrer uma grande penalidade por agarrão de David Bruno.

Foi aí que a coisa complicou… Pelé, o habitual marcador de penáltis, pediu a bola para marcar, mas Guedes estava decidido e, desrespeitando até as ordens vindas do banco, decidiu que era ele mesmo a cobrar. Decidiu mal. E tentou uma «panenkada» que não enganou Cláudio Ramos, desperdiçando o 2-0.

Na sequência do lance, Miguel Cardoso nem o esperou pelo intervalo para o substituir por Gelson Dala criando um inusitado caso (ver destaques), com o jogador aplaudido pela claque e o treinador apupado.

Rio Ave-Tondela, 1-1: destaques do jogo

Haveria de aproveitar o Tondela, que surgiu bem melhor no segundo tempo. Tomané aproveitava cada nesga de terreno, dava trabalho de sobra aos centrais rioavistas e num desses momentos conquistaria um penálti, ao ser agarrado na área por Marcelo, que teve uma exibição desastrada.

Aos 52’, Tomané mostrou como se faz e com toda a tranquilidade reestabeleceu a igualdade da marca dos 11 metros.

Haveria o Rio Ave de tentar reagir – Novais, Geraldes e Diego dão uma dinâmica ofensiva interessante –, mas Ramos ou a falta de acerto não permitiram que o placard se alterasse.

Do lado contrário, o Tondela, que beneficiou da entrada de Pedro Nuno em campo, haveria também de colocar Cássio à prova, tendo o guardião brasileiro defendido a dois tempos uma oportunidade de ouro para os beirões a cinco minutos do fim – Pedro Nuno e Tomané estiveram bem perto de marcar.

No final, as diferenças que haveriam de dar numa igualdade no marcador fizeram-se da marca dos 11 metros. Numa noite infeliz no 100.º jogo de Guedes, o Rio Ave haveria de falhar (ou pelo menos adiar) outro registo histórico: poderia ter chegado à 10.ª vitória em casa na Liga, algo que não acontece desde 1982/83.

Após o apito final, ainda por causa do «caso Guedes» Miguel Cardoso voltaria a sair de campo vaiado pela claque do Rio Ave, mas ladeado do diretor-geral do clube Miguel Ribeiro.