O murro na mesa de Rui Vitória na véspera parece ter feito eco na equipa que esta quarta-feira embalou para uma vitória tranquila, com uma goleada ao Marítimo (6-0), a maior da Liga, a par da vitória, também do Benfica, sobre o Belenenses. Uma vitória que teve as suas bases ainda na primeira parte, com três golos de rajada, a resultarem da inspiração de um super- Pizzi, que marcou os dois primeiros e ainda esteve no terceiro e no sexto, mas também de Carcela que esta noite estreou-se como titular na liga a render o lesionado Gaitán com a melhor exibição desde que chegou à Luz. Na segunda parte, a goleada ganhou maior expressão com duas grandes penalidades convertidas por Jonas e ainda um golo de Talisca que marcou no primeiro lance depois de entrar em campo. Um resultado que permite ao Benfica encher a barriga (41 golos!) e colocar ainda mais pressão sobre FC Porto e Sporting que, a esta hora, ainda jogam.

Confira a FICHA DO JOGO
 
O jogo começou com um revés para o Marítimo. Salin, na primeira vez que tocou na bola, lesionou-se e teve de ceder o lugar ao barbudo do José Sá. Do que se livrou Salin. Nesta altura o Benfica, com um futebol paciente, já tinha amarrado o Marítimo ao seu meio-campo, com uma pressão alta, com a linha defensiva acampada sobre a linha do meio-campo, a obrigar os madeirenses a cometer muitos erros. Jonas teve perto de marcar, num livre direto, e Jiménez, lançado pelo brasileiro, desperdiçou uma oportunidade flagrante diante de José Sá. Carcela, sobre a direita, e Pizzi, sobre a esquerda, procuravam alargar o jogo e abrir espaços na bem fechada defesa madeirense.
 
O golo do Benfica parecia iminente, mas o Marítimo ainda reagiu, subiu as suas linhas, abriu o jogo e provocou dois calafrios na Luz. Primeiro depois de um grande trabalho de Edgar Costa que transportou a bola até ao interior da área e soltou-a para o remate de Dyego Sousa. Valeu ao Benfica a defesa de Júlio César. Logo a seguir foi Marega a destacar-se sobre a direita e a cruzar tenso para o corte, in extermis, de Lisandro López, com a bola ainda a passar diante da baliza de Júlio César sem ninguém aparecer para o toque final.

Agora com Pizzi ao volante
 
Dois sinais que não colocaram o Benfica em sentido, pelo contrário, a equipa de Rui Vitória, agora com muito mais espaço pela frente, aproveitou para carregar no acelerador e matar o jogo com três golos de rajada. Os dois primeiros com forte marca de Carcela e finalização autoritária de Pizzi. No primeiro, o extremo belga, nesta altura já na esquerda, cruzou tenso. Raul ainda cortou, mas a bola sobrou para Pizzi que encheu o pé. Sem tempo para respirar, bola ao centro e novo golo do Benfica, outra vez com Carcela no início da jogada, a soltar Jiménez que cruzou tenso. José Sá ainda desviou, mas Pizzi estava outra vez no sítio certo e não perdoou. Bola ao centro e outra vez golo. Desta vez foi Pizzi que começou a jogada, com uma grande abertura para o remate de Jonas. José Sá ainda defendeu, mas Jiménez fez de Pizzi e atirou a contar.


 
Seis minutos e três golos. Num ápice estava tudo resolvido na Luz, até porque o Marítimo, até ao intervalo, não voltou a ameaçar as redes de Júlio César.

A segunda parte começou com um ritmo mais sereno, mas com um Benfica mandão, com mais bola e a tentar fixar o jogo junto à área do Marítimo. Se havia dúvidas quanto ao resultado, duas grandes penalidades separadas por três minutos, logo a abrir a segunda parte, permitiram a Jonas «bisar» e matar definitivamente o jogo. Faltas que não merecem repetições em câmara lenta, tão evidentes que foram.

Mas ainda havia mais. Na dança das substituições, Talisca também fez o gosto ao pé, mais uma vez com Pizzi na jogada, com um remate do meio da rua a fixar o resultado em 6-0. O brasileiro, diga-se, tinha acabado de entrar em campo e, ao terceiro toque na bola, levantou o estádio.
 
Uma goleada dos antigas a deixar claro que o Benfica está decidido a prosseguir na luta pelo «tri».

Confira aqui os destaques do jogo