O Moreirense venceu em Arouca, num jogo decidido nos últimos instantes, com Vítor Gomes a converter uma grande penalidade já em tempo de descontos. O resultado acaba por ser injusto para a equipa da casa, que foi quem mais procurou a conquista dosa três pontos. O conjunto de Miguel Leal acaba por ser premiado pela robustez defensiva e eficácia no ataque.

Lito Vidigal avisara na véspera que esta primeira partida da segunda volta era como uma «final», por poder, em caso de vitória, colocar os arouquenses a uma vitória da manutenção – o objetivo definido no início da época.

E os seus jogadores pareceram entender as palavras do líder, conseguindo uma entrada forte na partida. Depois de testar a atenção de Stefanovic por duas vezes – ambas com David Simão na jogada -, e numa altura em que o Moreirense começava a aparecer com mais perigo, os arouquenses colocaram-se em vantagem logo à passagem dos 15 minutos. David Simão não desperdiçou uma grande penalidade a castigar falta de Vítor Gomes sobre Velázquez, e colocou os arouquenses em vantagem.

Logo em seguida, o segundo golo da formação da casa esteve muito próximo, quando Nuno Coelho, em excelente posição, cabeceou por cima após um primeiro desvio de Gegé a um canto batido da direita do ataque.

Não aproveitou o Arouca se distanciar no marcador, respondeu logo em seguida o Moreirense, que não se fez rogado, e, mostrando grande eficácia ofensiva, empatou na primeira oportunidade de que dispôs.

A voar nas asas de Iúri Medeiros, o contra-ataque dos minhotos fez estragos na defensiva contrária ao minuto 24. O lateral direito Sagna surgiu na área contrária a dizer que sim ao excelente cruzamento do extremo cedido aos cónegos pelo Sporting, e que leva a qualidade desta equipa a patamares superiores.

Com a igualdade na partida, o Arouca sentiu que tinha de voltar a assumir as despesas da partida e ir em busca da vantagem. Fê-lo, sobretudo, através de bolas paradas, levando sempre perigo à baliza contrária, principalmente através de Gegé, a quem faltou maior eficácia na zona de remate.

O intervalo acabou por chegar, com um empate que se aceitava, mas que era maios lisonjeiro para a equipa forasteira, que mostrou uma enorme eficácia ofensiva.

Arouca carrega… Vítor Gomes castiga

Na etapa complementar, entrou melhor o conjunto de Miguel Leal. Mais afoito no ataque, logo nos primeiros cinco minutos do segundo tempo o Moreirense criou perigo por duas vezes, com Rafael Martins e Iúri Medeiros na condução dos lances.

Não querendo perder o embalo de três vitórias consecutivas no seu terreno, Lito Vidigal mexeu na equipa, tornando-a mais ofensiva. Com a saída de David Simão e a entrada de Maurides, o conjunto da serra da Freita ganhava maior poder de choque na área adversária e mostrava querer ganhar esta «final».

Apesar de todas as tentativas, e de as alterações feitas pelo seu timoneiro deixarem bem clara a indicação de que aos homens de Arouca só interessavam os três pontos, o Moreirense manteve-se compacto na defesa da sua área e não permitiu grandes oportunidades ao adversário, não perdendo as poucas oportunidades que teve para assustar em contra-ataque.

E quando era o Arouca a carregar com tudo para chegar à vitória, num desses lances em que o Moreirense conseguiu sair numa transição ofensiva, Boateng entrou na área arouquense e foi derrubado por Nuno Coelho, quando se jogava o segundo de quatro minutos extra dados pelo árbitro. O capitão arouquense recebeu ordem de expulsão, e Vítor Gomes assumiu a marcação do castigo máximo, convertida sem hipótese de defesa para Bracalli.

Contra tudo o que se viu em Arouca, cumpriu-se a tradição de não se registarem empates entre as duas equipas (havia cinco vitórias para cada uma delas), e o Moreirense repetia o resultado conseguido neste estádio na época passada.

Mantém-se a tradição.