O Belenenses pôs neste sábado fim a um lastro gigantesco de insucesso, o maior entre as 18 equipas da Liga. Há quase quatro meses sem celebrar uma vitória e depois de duas derrotas contundentes, os azuis conseguiram virar a página e foram à Amoreira vencer um confiante Estoril que vinha de três triunfos seguidos para a Liga.

Quase paradoxalmente, esta talvez até tenha sido a noite em que os azuis do Restelo se apresentaram menos à imagem das outras versões desde que Silas substituiu Domingos Paciência no comando técnico da equipa. Ainda que em superioridade numérica quase toda a segunda parte, o Belenenses terminou o jogo com menos posse de bola do que o adversário e a perder em vários parâmetros de jogo mas pareceu apresentar sinais de estabilidade quase inéditos e uma eficácia tremenda.

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Silas já tinha deixado claro que os problemas da equipa estavam identificados. O tempo dirá se a cura está definitivamente encontrada – só a estabilidade dos resultados o provará – mas os azuis saem da Amoreira com outro conforto que os 24 pontos lhe conferem agora.

Neste sábado, o sucesso do Belenenses explica-se também pelo enorme desacerto do Estoril, transversal aos setores mais capitais de uma equipa. Comecemos pelo ataque, preconizado por Ewandro, que falhou três soberanas oportunidades para marcar só nos primeiros 45 minutos, a primeira delas logo a abrir a partida.

Os azuis sobreviveram à falta de inspiração dos homens do Estoril e souberam aproveitar os deslizes da equipa da casa. Foi o que fez Maurides aos 18 minutos, quando aproveitou da melhor forma uma má abordagem de Halliche a um chutão de Gonçalo Silva e abriu a porta para o avançado brasileiro.

Sem floreados e avesso a riscos desnecessários: era assim, e montado em 3x4x3, que o Belenenses se apresentava na Amoreira. Menos fogo-de-artifício mas mais eficácia.

A abrir a segunda parte, Ivo Vieira promoveu duas alterações, ao lançar Bruno Gomes e Allano para os lugares de Pêpê e Ewandro.

Em seis minutos, a estratégia do técnico estorilista desabou quando Bruno Gomes recebeu ordem de expulsão após entrada duríssima sobre Chaby.

Mais um golpe de auto-flagelação de uma equipa que parecia perdida num passado não muito distante mas que raramente se tinha visto sob o comando de Ivo Vieira. Aos 60 minutos, Maurides deu o golpe de misericórdia que faltava, numa cabeçada após cruzamento de Florent da esquerda.

Até final, o Estoril, mesmo em inferioridade numérica, ainda atirou à barra por Lucas Evangelista, mas foram os visitantes a beneficiarem de mais oportunidades que lhes poderiam ter permitido construir um resultado mais desnivelado.