Figura: Ricardo Valente
Tão ativo quanto trapalhão, o jogo até nem começou por lhe correr de feição. Cresceu com a equipa do V.Guimarães no segundo tempo, teve mais espaço e teve epílogo da sua exibição aos 66 minutos, quando apontou o golo que decidiu o dérbi. Estava no sítio certo à hora certa para corresponder de cabeça ao pontapé de canto de Bernard. Penteou o esférico como que arranjar-se para o triunfo. Um golo que coroa uma exibição esforçada e que vale acima de tudo pelo seu significado. Resolveu o dérbi do Minho.

Momento: golo de Valente (66’)
Canto da esquerda, mais um, a ter no pé de Bernard o gatilho capaz de despejar a bola na área. Ricardo Valente, que até nem é dos mais altos, teve capacidade para ganhar a bola no coração da área. Livre de marcação, fez como mandam os livros e cabeceou de cima para baixo. Kritciuk não conseguiu lá chegar, Pardo, que estava a cobrir o poste, não teve altura para travar o esférico.

Negativo: Jogo faltoso
Muitas quezílias, duelos travados no limiar da virilidade e demasiadas discussões entre os intervenientes. Cafú e Ruben Micael viram mesmo o amarelo depois de uma discussão acesa em que quase encostaram cabeça com cabeça. Dérbi levado ao extremo, jogo muito faltoso a prejudicar o espetáculo.

OUTROS DESTAQUES:

André André
Jogo de luta do médio do V.Guimarães, a servir de tampão às investidas bracarenses e a chamar a si grande parte da tarefa de armar o jogo da equipa orientada de Rui Vitória. Jogo com mais transpiração do que inspiração, mas ainda assim a cotar-se como dos jogadores mais interventivos do Vitória.

Rafa
Não esteve tanto em jogo como é habitual, foi menos exuberante e incisivo do que nos últimos jogos, mas quando pegou no esférico teve a capacidade de conferir velocidade ao jogo dos bracarenses. Foi uma das vítimas do jogo muito faltoso no D. Afonso Henriques, sendo várias vezes travado dessa forma.

Bernard
André André foi o pensador de jogo, Bernard assumiu o papel de principal executante. Apontou grande parte dos lances de bola dos vimaranenses e assumiu-se como o elemento capaz de conduzir a bola e teve a audácia de partir para cima do adversário. Nem sempre deu o melhor seguimento aos lances, mas foi dos poucos que tentou.

Tomané
Jogo de luta, de músculo e de esforço emparelhado entre Santos e André Pinto. Deu dores de cabeça aos centrais bracarenses, ainda que tenha tido poucas hipóteses de visar a baliza adversária. Numa das poucas oportunidades de que dispôs esteve muito perto do golo. Mais um jogo em branco, compensado pelo suor.