A FIGURA: Corona

Esteve nos três primeiros golos portistas. Logo a abrir, aos 2’, é de uma triangulação sua com Maxi que surge o lance do golo de Varela. Aos 9’, é sua a assistência para o compatriota Herrera e aos 67’ sai dos seus pés o cruzamento primoroso para Danilo fazer o 3-0. Hoje não houve Brahimi, castigado, mas sobrou Corona. Pela ala, o mexicano foi o grande desequilibrador no jogo ofensivo portista. Merecia um golo, que podia ter surgido aos 89’, num remate de fora da área, que Rui Silva defendeu para canto.

O MOMENTO: Minuto 9’. Entrada de dragão

Se entrar a ganhar é bom, resolver praticamente o jogo aos nove minutos é ótimo. Uma raridade no FC Porto, sobretudo se considerarmos a era Peseiro, em que a equipa joga quase sempre sobre brasas. Mesmo considerando toda a época – incluindo Lopetegui – só em duas ocasiões (União da Madeira e Belenenses, ambos fora) os dragões marcaram dois golos bem cedo. Hoje, foi um fartote. Depois de Varela, logo aos 2’, Herrera aos 9’, com um remate cruzado, arrumou a questão. Foi uma entrada de dragão: à Porto. Nada mau para aquele que muitos encaram como o segundo jogo da pré-temporada…

OUTROS DESTAQUES:

Herrera

Há jogos que passam ao lado do médio mexicano e há outros em que ele se torna um dos protagonistas. Hoje, foi o segundo caso. Herrera entrou em jogo bem cedo e logo aos nove minutos ajudou a encaminhar a vitória portista: entrou na área e rematou cruzado sem hipóteses para Rui Silva. Na segunda parte, podia ter feito o segundo. Coube-lhe o papel de principal dinamizador do meio-campo, a par de Sérgio Oliveira.

Varela

Muitas vezes mal amado, o extremo portista teve hoje o seu momento de redenção. Abriu o marcador num remate bem colocado logo aos 2 minutos. Esteve muito em jogo. Visou a baliza madeirense por diversas vezes – embora nem sempre com a melhor pontaria. Em suma: fez uma exibição como há muito não se via. A melhor prova disso: saiu sob aplausos aos 86’ para dar lugar a Marega.

Aboubakar

Felino, indomável, letal… Entrou em campo disposto a não deixar a presa respirar. E não demorou muito a fazer o golo da noite, apesar da posição irregular: segurou a bola e fez um chapéu espantoso a Rui Silva. Ainda farejou o segundo momentos depois. Quinze minutos de predador. Merece destaque por tê-los aproveitado. Foi eficaz como em poucas ocasiões nesta época.

Tiquinho Soares

Força, muita força do ponta-de-lança brasileiro que mais parece um todo-o-terreno de tração à frente. Sozinho, ele prendeu as atenções dos centrais portistas. Foi sobretudo por ele que os madeirenses reagiram ao duplo golpe portista logo no início. Aos 26’, quase marcou: servido por Agra, cabeceou solto na área portista… A bola saiu bem perto do poste de Casillas.

Rui Silva

Pode parecer estranho o destaque pela positiva, depois de sofrer quatro golos... Contudo, não fosse ele e o Nacional bem podia ter saído do Dragão com uma goleada ainda maior esta noite. Uma mão cheia de defesas de grande nível. André Silva, Corona, Herrera… Em determinado momento do jogo, as tentativas deles esbarraram nas luvas do jovem guarda-redes maiato da formação madeirense, que esta noite voltou a provar que não é por acaso que relegou Gottardi para o banco de suplentes.