Um Moreirense com uma lição tática muito bem estudada superiorizou-se por 1-0, esta segunda-feira, a um Nacional sem ideias e algo apático, sobretudo no segundo tempo, na partida que encerrou a 29.ª jornada da Liga.
 
João de Deus e Petit haviam perspetivado este embate como uma «final importante, mas não decisiva» para a permanência de ambas as equipas na Liga. As contas, por agora, indicam apenas que o fosso que separa insulares e cónegos na classificação é de quatro pontos. Faltam cinco «finais», e a equipa minhota está em vantagem.
 
 
Os madeirenses entraram em campo empenhados em assentar um jogo de domínio, procurando manter os cónegos no seu meio campo defensivo. Nos minutos iniciais, o recuo dos visitantes foi conseguido com alguma naturalidade, mas a equipa de Petit cedia a iniciativa aos da casa com o objectivo claro de encetar transições rápidas logo depois de recuperada a posse de bola.
 

 
Apesar das intenções de domínio alvinegro, o primeiro remate da partida coube ao Moreirense, aos quatro minutos, no aproveitamento de uma intercepção no miolo alvinegro que originou uma transição rápida. Nildo disparou já perto da grande área, mas o remate saiu à figura de Adriano, que em dificuldades acabou por ceder canto.
 
O lance espelhou o que estava para vir. A pressão dos cónegos começou a subir no terreno e a obrigar os insulares a falhar alguns passes. Aos 15', na sequência da recuperação de uma bola ainda no meio campo do Nacional, Rebocho é servido com um passe longo que, sem grande tempo, é usado para desmarcar Ramirez. O avançado surge em boa posição e, de cabeça, só teve de encostar para o fundo das redes insulares.
 
A situação de desvantagem obrigou o Nacional a incrementar velocidade nas suas transições. Mas as linhas passe para a área do Moreirense foram trancadas a “sete chaves”. Os madeirenses privilegiaram as laterais, sobretudo com as subidas de Sequeira e Garcia, mas o bloco defensivo compacto da formação de Moreira de Cónegos revelou-se intransponível, até porque os movimentos .
 
Até ao apito do juiz Manuel Oliveira para o descanso, as investidas da equipa de João de Deus foram sendo controladas pelos cónegos, que por sua vez se declararam abertamente ao contragolpe. O Nacional dominava, mas o perigo ia sendo construído pelo conjunto de Petit, através de contra-ataques que causavam «frisson» entre os adeptos nacionalistas que quase lotavam o Estádio da Madeira (4937 espetadores).
 
O reatamento da partida trouxe os mesmos onzes e estratégias intactas. O Nacional procura construir, enquanto que o Moreirense esperava pela sua vez para sair em transições rápidas. Mas os primeiros lances de perigo da etapa complementar acabaram por surgir na sequência de pontapés de canto., protagonizados por Cauê e Diego Ivo.
 
Pouco depois, João de Deus fez entrar Vítor Gonçalves por troca com Willyan, aparentemente para trazer mais poder de choque ofensivo ao miolo nacionalista. Petit não esperou muito tempo e mandou descansar o autor do golo, Ramirez, fazendo entrar o quase veterano Sougou.
 
Estas substituições não introduziram grandes alterações nos esquemas táticos de ambas as equipas nem no desenrolar da partida. Mas o Moreirense subiu um pouco mais no terreno e fruto de uma pressão mais adiantada no terreno forçou perdas de bola mais frequentes de um Nacional que reentrou muito apático. 
 
O técnico insular ainda fez entrar Ricardo Gomes e Zequinha, mas a sua equipa nunca conseguiu encontrar o caminho da baliza adversária com a competência que havia pedido na antevisão do jogo. Já o conjunto de Petit revelou-se sempre mais esclarecido na hora de cumprir o plano delineado para a visita ao terreno de um adversário que também luta pela permanência. Nos últimos dez minutos, Sougou, Nildo e Dramé estiveram muito perto de “matar” o jogo. Não o fizeram deixaram a Choupana com os três pontos averbados com toda a justiça.