Com o «comandante» Pizzi a indicar o caminho, o Benfica reagiu da melhor forma à eliminação da Taça de Portugal a meio da semana e surgiu personalizado na partida diante do Tondela, mostrando capacidade de digestão rápida a uma derrota que Rui Vitória assumira ter sido «indigesta».

Com uma vantagem de três golos ao intervalo, o campeão em título geriu a segunda parte de forma eficaz, apesar de se ter deparado com um Tondela com muito mais vontade do que aquela que mostrara nos primeiros 45 minutos, e chegou à «chapa 5», à boleia do inevitável Jonas, que acrescentou dois golos à sua conta pessoal, fugindo na liderança da lista dos melhores marcadores, agora com 18 golos.

O melhor que o Tondela conseguiu num jogo em que surgiu irreconhecível foi marcar o golo de honra, por Tyler Boyd. De resto, foi uma equipa demasiado apática aquela que se apresentou diante do Benfica.

O «velho» Pizzi está de volta?

Mas o tranquilo voo da águia começou em Pizzi. Muito se tem falado do abaixamento de forma do camisola 21 das águias, que esta noite voltou aos bons jogos e indicou o caminho de um triunfo muito importante em termos anímicos.

Aos 17 minutos, o jogador bragantino bateu a primeira continência da época – que é o mesmo que dizer que fez o seu primeiro golo esta temporada – e deu o grito de revolta que teve o efeito de acalmar a equipa, além de a acordar para a reação que Rui Vitória pedira na véspera.

E tendo pela frente um Tondela que se apresentou vários furos abaixo do que tem mostrado esta época – os homens de Pepa estivram apáticos e com um jogo muito desligado -, a nau benfiquista navegou tranquilamente para águas calmas.

Aos 26', Salvio ampliou a vantagem antecipando-se a toda a defesa beirã para cabecear uma bola cruzada por Grimaldo, e a fechar o primeiro tempo o argentino teve um pormenor delicioso que permitiu a Pizzi bisar e praticamente sentenciar o vencedor da partida.

Em posição frontal à baliza de Cláudio Ramos, Toto Salvio chamou os dois centrais contrários a si para levantar subtilmente a bola para o remate indefensável de Pizzi.

«Pistolas» fuzila (ténue) reação beirã

Ao intervalo, Pepa mexeu na equipa, abdicando de um dos três médios - Claude Gonçalves – para juntar Heliardo a Tomané na frente de ataque. A opção permitiu uma boa reentrada na partida, com a sua equipa a conseguir finalmente trocar a bola no meio-campo ofensivo e pressionar a saída de bola do Benfica de forma eficaz.

Mas valeu-lhe de pouco. Apesar da visível mudança de atitude, os beirões não conseguiram criar verdadeiras oportunidades de golo antes de Jonas surgir de rompante na área a atirar para o 0-4, após canto de Grimaldo.

Depois, sim, num contra-ataque conduzido por Heliardo, Boyd, que também viera do banco marcou o golo que dá alguma honra a uma exibição demasiado fraca dos auriverdes, que ainda viram Jonas bisar e chegar aos 20 golos na época, e o jovem Keaton Parks fazer a sua estreia em jogos da Liga.

Enfim, tudo correu de feição a um Benfica que precisava de uma exibição categórica para responder às eliminações da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões, e que joga agora no campeonato a época.

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