A figura: Gelson Martins

Duelo intenso e algo agressivo até com Yuri Ribeiro. A velocidade do extremo leonino colocou dificuldades não só ao habitual lateral vila-condense, como a Marcão, que numa defesa com três centrais descaía para a esquerda. Gelson Martins já teve jogos mais inspirados, mas mesmo assim conseguiu criar desequilíbrios suficientes para abrir a defesa visitante. Deixou Alvalade em suspenso e à beira de um grito de desespero quando decidiu adornar o lance do 1-0. Foi apenas Gelson a ser Gelson. Como voltou a sê-lo com a assistência para o 2-0. Num dia em que todos os leões em campo foram Peyroteo nas costas, Martins também o foi nas botas.

O momento: minuto 84

Bas Dost falhara no primeiro tempo o que não costuma, o Sporting ainda estava a vencer pela margem mínima, logo corria um risco. Quando Gelson serviu o holandês, acabou-se o perigo e os três pontos ficaram seguros em Alvalade.

Outros destaques

Bruno Fernandes

Esteve em todo o lado e, por isso mesmo, esteve também no golo de Gelson. Bruno Fernandes entra na categoria dos registi. Maestros futebolísticos do calcio, que pegam na bola e comandam. O Sporting jogou o que o 8 mandou jogar, porque foi Bruno Fernandes quem andou entre linhas a receber e a dar a bola. Ora para um lado, ora para o outro, mas sempre com meta: a baliza de Cássio. Por exemplo, o 1-0 nasceu primeiro na cabeça dele. Viu que podia desequilibrar se, simplesmente, corresse quando a bola estava fora. Piccini percebeu e a jogada do sétimo golo de Gelson na Liga desenvolveu-se. foi sempre o principal desequilibrador. Bruno Fernandes ainda tentou o remate: a trave, o poste e Cássio travaram-no. Gelson foi figura pelos números e por ter sido decisivo, mas o melhor em campo foi o camisola 8.

Bas Dost

Há pontas de lança com mais golos na temporada, é verdade, mas provavelmente nenhum influência o jogo da equipa como o faz Dost. Não que isso seja uma coisa boa, ou má. É o que é. E é porque o holandês é um jogador bastante inteligente, cujos movimentos fazem sempre sentido e cuja presença é ameaça constante. É verdade que é famoso finalizador, mas mais uma vez demonstrou que sabe jogar com o resto dos futebolistas. O toque para Gelson Martins fazer o 1-0 é prova disso. O 2-0? Rotina.

William e Pelé

Se há um jogador que pode ilustrar a diferença entre Rio Ave e Sporting ele é William Carvalho. O médio do Sporting foi crescendo ao longo da partida, mas foi sempre importante. Ora com bola, ora sem ela. Olhemos o primeiro momento: William desenvencilhou-se da pressão contrária quase sempre e serviu a tempo os colegas. Do outro lado, Pelé. Claro que os colegas não são os mesmos, mas até com espaço o médio do Rio Ave demorou imenso a decidir e a entregar. Ter bola sim, mas trocá-la rápido também é boa ideia.

Cássio

Deve ter sido dos jogadores com mais posse de bola em Alvalade, neste domingo. Deve tê-la tido mais vezes nos pés do que nas mãos, sempre a tentar que o Rio Ave tivesse uma saída limpa para a ofensiva. Como ainda é guarda-redes, destacou-se pelas várias intervenções que impediram o leão de somar golos.