O Portimonense voltou a ceder pontos em casa e desperdiçou a oportunidade de chegar aos lugares europeus ao empatar (1-1) com o Arouca. Os golos surgiram já no segundo tempo.

Paulo Sérgio tinha avisado os jogadores de que o Arouca chegava a Portimão «acordado e vivo» para responder à penosa imagem deixada na goleada caseira com o Vizela (4-1). O técnico dos algarvios pediu mesmo que tivessem os «alertas elevados» e alertou que não podiam «entrar confortáveis».

Ora, poucos minutos depois do apito inicial, Paulo Sérgio devia estar bastante insatisfeito com o rendimento da sua equipa. Os algarvios entraram amorfos e o Arouca, de orgulho ferido, lançou-se para o ataque.

Os forasteiros apresentaram-se com algumas alterações no onze inicial. Armando Evangelista riscou Norbert da ficha de jogo e Victor Braga voltou a assumir as redes arouquenses. Na defesa, Abdoulaye e Tiago Esgaio também deram lugar a Campi e Quaresma.

O Arouca esteve melhor durante largo período do primeiro tempo e causou perigo através das bolas paradas. O central João Basso, aos três e 18 minutos, rematou para duas defesas seguras de Samuel e deixou os primeiros avisos.

Depois, foi Arsénio a abanar as redes, mas pelo lado de fora. O avançado arouquense disparou às malhas laterais da baliza algarvia e as oportunidades criadas pelo Arouca iam causando desconforto aos adeptos da casa. Logo a seguir, Campi abanou o poste da baliza de Samuel com um remate de cabeça.

Esta ocasião de golo despertou os algarvios, que a partir da meia hora conseguiram equilibrar o jogo. O Portimonense não conseguia ligar jogo, as bolas nas costas dos defesas arouquenses não estavam a surtir efeito e Lucas Fernandes decidiu apostar na «lei da bomba», rematando para a primeira intervenção de Victor Braga. Na sequência desse lance, Aponza também enviou a bola ao ferro.

A insatisfação de Paulo Sérgio notou-se ainda antes de recomeçar a segunda parte. O técnico dos algarvios lançou Pedro Sá e Luquinha e retirou Willyan e Lucas Fernandes.

Apesar das mexidas, a equipa continuou incapaz de melhorar os índices exibicionais e bastaram sete minutos para o Arouca chegar ao golo. Pité disparou de pé esquerdo, Samuel negou-lhe o golo, mas já não conseguiu travar a recarga de André Silva.

O Portimonense não estava a ter uma tarde inspirada e Paulo Sérgio tentou, novamente, acordar a equipa, tal como Luquinha fazia dentro do relvado, serpenteando por entre os adversários. O técnico dos algarvios lançou Fabrício e foi o avançado a mexer com o jogo. Aylton Boa Morte, mais rápido que os defesas arouquenses, recuperou a bola e o avançado brasileiro rematou ao ferro. O baixinho Luquinha reagiu de imediato e só teve de encostar para restabelecer a igualdade.

A partir de então, aquela que estava a ser uma partida entediante, tornou-se num entretido jogo de futebol.

Os homens de Portimão despertaram e aproveitaram o recuo do Arouca para somar ocasiões de golo, ora na bola parada, ora nas incursões de Moufi pelo corredor direito. Mas, para os forasteiros, o empate era insuficiente para «limpar» a imagem deixada no último jogo. Bukia pegou na «batuta», trocou as voltas a um adversário e enviou a bola ao poste – era a quarta bola a esbarrar nos ferros das balizas. No seguimento do lance, brilhou Samuel com duas intervenções consecutivas.

Até ao final, os algarvios procuraram explorar a debilidade do Arouca. Identificadas as dificuldades defensivas dos visitantes no corredor esquerdo, Moufi continuou a insistir – qual locomotiva – e ficou a centímetros do golo.

O marcador não voltou a mexer, mas o Arouca deixou uma imagem bem diferente daquela frágil equipa que defrontou o Vizela. Já o Municipal de Portimão continua a não ser favorável à turma de Paulo Sérgio: duas vitórias em oito jogos.