*por Tomás Faustino

Figura: Pedro Santos

É caso para dizer que quem tem Pedro Santos, tem tudo! O extremo que passou pelas camadas jovens do Sporting CP está a atravessar um momento de forma incrível e o seu futebol catapulta a equipa para uma dimensão superior. É um jogador electrizante e daqueles que apaixonam os adeptos. Inconformado, nunca vira a cara à luta. Ora dá profundidade à equipa abrindo bem na ala, ora flecte para dentro e cria desequilíbrios através da técnica acima da média que possui. Com confiança, aborda o um para um de uma maneira capaz de intimidar qualquer opositor. É uma delícia ver aquele pé esquerdo: bateu o canto para o golo de Boly, ‘expulsou’ Zainadine, marcou na conversão irrepreensível de um livre directo e assistiu Stojiljkovic para o terceiro. Só para o ver jogar, acredito que há pessoas que paguem bilhete!

Confira a FICHA DO JOGO

O momento: minuto 56, expulsão de Zainadine
O Nacional entrou fortíssimo na segunda parte e numa dezena de minutos foi capaz de desperdiçar quatro ocasiões flagrantes para se colocar em vantagem no marcador. O Sp. Braga estava conturbado e não parecia ser capaz de arranjar maneira de contrariar o caudal e a superioridade adversários. E foi então que Pedro Santos e Zainadine caem após uma disputa de bola, na qual o moçambicano escorregou e tocou com o braço no opositor. Falta discutível e amarelo muito mais. Nacional reduzido também ele a dez e reviravolta no jogo, com o Sp. Braga a passar de previsível derrotado à vantagem em poucos segundos. Sim, porque o próprio Pedro Santos bateu o livre de forma irrepreensível e colocou os bracarenses de novo na frente do marcador

Outros destaques:

Kritciuk: magnífica exibição do guardião russo, um dos principais rostos desta vitória. Para além do grande número de defesas que fez, salienta-se a espectacularidade e importância que elas tiveram, das quais se destaca aquela à passagem da meia hora, evitando que Rui Correia carimbasse a reviravolta no marcador, quando todo o estádio já gritava golo. Sem nada a apontar nos golos sofridos.

Rafa: outro dos meninos queridos de Braga. É um regalo para os olhos ver a bola chegar aos seus pés. Trata-a como ninguém, com um carinho particular. Melhores amigos, sem dúvida! Não esteve directamente ligado a nenhum dos golos, mas foi dos que mais contribuiu para o bom espectáculo apresentado. Técnica, velocidade e inteligência, tudo numa perfeita conjugação. Será difícil para o Sp. Braga segurar um talento assim…

Willyan: a imprevisibilidade do futebol é uma das componentes que o torna tão apaixonante. Quem diria que Willyan, jogador que foi dispensado na pré-época mas que acabaria por ficar no plantel por falta de colocação, seria hoje a estrela maior desta equipa? O futebol ofensivo do Nacional passa quase todo pelos seus pés. Muito móvel, tanto aparece no meio como cai nas linhas, nunca se dando à marcação adversária. Transportou a equipa para a frente, com frequentes arrancadas de muitos metros que deixavam vários adversários para trás. Converteu com sucesso a grande penalidade e foi sempre dos mais batalhadores em campo.

Salvador Agra: de forma algo inesperada começou a partida no banco de suplentes, mas foi a ele que Manuel Machado recorreu quando sentiu que tinha tudo para ganhar o jogo. Galvanizou a equipa com as suas arrancadas e foi um autêntico quebra-cabeças para os laterais contrários, até então mais ofensivos que outra coisa. Ameaçou de livre directo e concretizou pouco depois, evidenciando a frieza que faltou ao resto da equipa na hora da finalização.

Gustavo: a lesão de Soares conferiu-lhe a oportunidade de mostrar serviço, mas o brasileiro fez mais uma exibição longe das expectativas. Sinal menos: falhou muitos golos e é olhado com desalento pelas bancadas.

Leia também a crónica do jogo