O FC Porto até tremeu no final, mas venceu o Tondela, aproveitou o empate do Sporting em Setúbal, no jogo que abriu a jornada 19, e resgatou o comando do campeonato. Uma liderança de pedra e cal, mesmo sem o meio jogo que ainda falta disputar no Estoril (a 21 de fevereiro).

O jogo do Dragão começou, pois, com um golo em Setúbal. O Vitória marcou a terminar e o estádio festejou a possibilidade de ter o primeiro lugar à mercê.

Faltava vencer o Tondela, mas a verdade é que, em casa, este FC Porto tem alicerces sólidos como uma rocha. Sobretudo se Sérgio Conceição puder assentar o seu jogo em todos os habituais pilares. Foi assim esta noite: Brahimi e Marcano regressaram à equipa, já recuperados de fadiga muscular. Em relação ao jogo com o Estoril voltou ainda Corona – saíram da equipa Maxi, Reyes e Layún.

Do lado contrário, em relação ao último jogo, Pepa teve de mudar apenas de trocar o lesionado Bruno Monteiro por Sulley. Apenas, porém, aqui é uma força de expressão.

Foi precisamente por aqui que quebrou o muro beirão. Aos 14’, o irmão de Sulley Muntari (esse mesmo, ex-Inter e ex-Milan), fez um passe para zona proibida numa reposição de bola em jogo e Marega, atento, intercetou e fez o golo que haveria de valer três pontos.

FC Porto-Tondela, 1-0: ficha e jogo ao minuto

Com o golo do franco-maliano houve um ganês a levar as mãos à cabeça e outro ganês a celebrar na tribuna – Majeed Waris, reforço para o ataque portista, esteve a ver o jogo no Dragão.

O FC Porto marcou um, mas até ao intervalo podia ter conseguido a tranquilidade. Com os laterais muito projetados para a frente, a equipa de Conceição lateralizava e abria brechas no bloco montado por Pepa. O golo esteve perto, por Corona, por Felipe, mas sobretudo por Aboubakar, que aos 31’ atirou de cabeça ao poste, após um canto teleguiado de Alex Telles.

Do outro lado, o Tondela também visou a baliza, por Tomané, que rodou e atirou perto do poste aos 19’. Os beirões ganharam confiança em alguns períodos do primeiro tempo e quase beneficiavam de um par de más reposições de José Sá, que não dá ao setor defensivo portista a segurança que daria o suplente Casillas.

O segundo tempo voltou a mostrar um FC Porto mais dominador. O desperdício, porém, acumulava-se: Felipe e Marega voltavam a visar a baliza. Danilo também, num remate fortíssimo de fora da área. Quando não era a ineficácia era Cláudio Ramos a travar o ímpeto caseiro.

FC Porto-Tondela, 1-0: destaques do jogo

Os dragões até chegaram a marcar, aos 78’, mas Brahimi estava em fora de jogo, num lance que Luís Godinho analisou bem, com recurso ao VAR. Pior terá analisado um lance de grande penalidade na área do Tondela: uma mão de Osorio, aos 62’, ficando a dúvida sobre outro possível penálti num puxão a Corona, aos 31’.

Não marcou o FC Porto, cresceria o Tondela. Os dragões pioraram com as entradas de Sérgio Oliveira e Hernâni – o que fica a fazer no banco um talento como Óliver? – e Pepa arriscava: primeiro lançou Boyd, depois Heliardo. Por mérito do Tondela, os dez minutos finais foram de sufoco no Dragão. Não o suficiente, porém, para colocar em risco uma vitória justa.

O FC Porto tremeu, mas tem alicerces de candidato ao título. Esta noite, voltou a fazer um jogo completo e voltou a ser líder por inteiro, tal como havia sido desde a primeira jornada da Liga.

Segue-se o Sporting, na tabela e também no calendário. A meia-final da Taça da Liga, na próxima quarta-feira, em Braga, muito promete.