A FIGURA: Bruno Varela

Vai ficar certamente na memória dos adeptos do FC Porto e não pelos melhores motivos. O jovem internacional português foi queimando tempo desde os primeiros minutos, pediu um par de vezes assistência e a partir daí foi insultado pelos adeptos portistas. Viu um cartão amarelo ao minuto 33, por protestos mas manteve a concentração e assumiu-se como a figura do jogo. Demonstrou grande segurança entre os postes e evidenciou-se naquela tripla oportunidade do FC Porto, ainda na primeira parte, respondendo da melhor forma à derradeira tentativa de Soares. Determinante nos minutos finais do encontro, anulando pelo ar vários cruzamentos na enxurrada portista. É figura, é certo, mas merece o reparo: não lhe ficou bem a perda de tempo desde o apito inicial. 

O MOMENTO: classe de Carvalho

Primeiro golo de João Carvalho na Liga portuguesa, com impacto na história desta prova. Um belo golo, por sinal. Cedido pelo Benfica ao V. Setúbal em janeiro, o médio de 20 anos garantiu um ponto para o Vitória e ajudou os encarnados. Ao minuto 56, correspondeu a uma solicitação de Nuno Pinto para fugir a Felipe – o central escorregou e ficou fora do lance – e finalizar com classe frente a Iker Casillas. Não acusou a pressão naquele momento, demonstrando frieza no toque decisivo.

NEGATIVO: André Silva e Soares

Foram durante muitos jogos os principais responsáveis pela produção ofensiva dos dragões. Neste final de tarde, porém, a dose considerável de trabalho que lhes é reconhecida a cada momento não trouxe grandes benefícios para a equipa. Nos momentos decisivos, falharam. Soares falhou uma boa oportunidade na segunda parte, André Silva falhou uma escandalosa na primeira.

OUTROS DESTAQUES:

Frederico Venâncio

O líder de um setor defensivo que consentiu apenas um golo na enxurrada ofensiva do FC Porto. Frederico Venâncio, muito bem secundado por Fábio Cardoso, demonstrou a sua importância nos períodos de maior pressão da formação azul e branca, correspondendo pelos ares a vários cruzamentos para a área sadina. Respondeu bem à entrega de Tiquinho Soares e André Silva.

Marcano

Mais um grande desempenho do central espanhol do FC Porto, envergando a braçadeira de capitão. Uns furos acima de Felipe, que fica ligado ao golo do Vitória de Setúbal, Iván Marcano assinou uma exibição imaculada no plano defensivo, com cortes providenciais, e procurou ser uma mais-valia no jogo aéreo ofensivo. Foi ele, aliás, a cabecear ao ferro ainda na primeira meia-hora, na oportunidade mais flagrante dos dragões, composta por novas tentativas falhadas de Felipe e Soares.

Jesús Corona

Sensações confusas. Corona não jogava desde 26 de fevereiro, no Estádio do Bessa, voltou esta semana aos treinos sem limitações e saltou diretamente para ao onze. Ao quinto minuto de jogo, leva uma pancada e fica a coxear. Por uma coisa ou outra, falta de ritmo ou dor, o mexicano não parecia estar ao seu melhor nível e não arrancava. Porém, correspondeu da melhor forma a um passe soberbo de Óliver para inaugurar a contagem com um remate vistoso de pé esquerdo. Golaço. Quando o V. Setúbal empatou, de qualquer forma, foi ele o sacrificado por Nuno Espírito Santo. Hora de jogo apenas com um cheiro de Tecadito.