A vaga vila-condense não afogou, definitivamente, o galo mas também não colocou a nau do Rio Ave em rota europeia. Gil Vicente e Rio Ave empataram sem golos em Barcelos em jogo da 29ª jornada, num empate que não interessa a ninguém. 

O encontro até começou por prometer muito, com sinal mais para a equipa da casa, mas o Rio Ave ganhou terreno no segundo tempo e equilibrou os pratos da balança. O árbitro Nuno Almeida anulou um golo em cada uma das balizas, o jogo teve várias incidências, mas o nulo no marcador acabou por prevalecer até ao final dos noventa minutos. 

José Mota, que foi expulso na Choupana e por isso mesmo não se sentou no banco de suplentes, promoveu quatro alterações na sua equipa em relação á derrota com o Nacional. Diogo Viana e Evaldo regressaram após cumprir castigo na última jornada, enquanto que Berger regressou depois de uma longa ausência por lesão. Simy voltou à titularidade, por troca com o castigado Marwan. 

Por seu turno, Pedro Martins operou apenas duas alterações no seu conjunto. Vilas Boas regressou ao eixo da defesa depois de cumprir castigo. Pedro Moreira jogou no miolo no lugar de Diego Lopes que, a contas com limitações físicas, ficou fora da convocatória. 

Muitas incidências mas sem golos 

Em situação aflitiva na classificação, o Gil Vicente entrou a todo o gás fazendo estremecer as luvas de Ederson logo no primeiro minuto. Rúben Ribeiro precisou apenas de 35 segundos para alvejar, de longe, a baliza do Rio Ave vendo o guarda-redes vila-condense defender com dificuldades. 

Foi o pronúncio para o que seria a exibição dos barcelenses. Muita vontade, noção de que não há margem de erro, e com mais coração do que cabeça tentar a toda a pressa chegar ao golo. Simy ainda chegou a introduzir a bola na baliza, mas o árbitro Nuno Almeida assinalou falta atacante a João Vilela no início da jogada. 

O Rio Ave, sem a pressão pontual mas ainda com uma réstia de esperança europeia, jogava com mais tranquilidade e fazia da meia distância o principal meio de testar Adriano. O guarda-redes do Gil teve que fazer duas intervenções de elevado grau de dificuldade, travando duas autênticas bombas de Del Valle e Ukra. 

Mesmo sem impor tanta intensidade ao jogo, O Rio Ave acabou por criar o lance de maior perigo do primeiro tempo. Pedro Moreira desviou de forma subtil um cruzamento de Ukra da esquerda, enviando a bola ao ferro. 

Depois disso deu-se o lance do encontro. Jebor introduziu a bola na baliza, festejou, a bola foi ao centro e depois de muitos protestos gilistas o árbitro confrontou o assistente e anulou o golo naquele que foi um dos mementos do jogo. 

Rio Ave cresce, mas Adriano evita o pior 

À moda antiga, com o ouvido colado ao rádio, as notícias que iam chegando de Penafiel não eram as melhores. Depois de uma primeira parte de intensidade máxima. Restavam quarenta e cinco minutos para o Gil Vicente tentar, pelo menos, fazer a sua parte. 

O cronómetro, contudo, corria contra os homens de Barcelos e pesou no íntimo dos jogadores do Gil. Aproveitou o Rio Ave para entrar melhor no segundo tempo, sem aumentar o ritmo do encontro, mas fazendo-se valer do desacerto dos homens da casa. 

Valeu Adriano Facchini nesta fase, a evitar males maiores perante a ameaça do Rio Ave. Ukra e Jebor tiveram oportunidades soberanas para abrir o ativo, mas não tiveram arte e engenho para ultrapassar o guarda-redes. 

As substituições operadas por ambos os técnicos não surtiram efeitos práticos, passou a jogar-se longe das balizas e sem grandes momentos de perigo. Com a conjugação de resultados da 29ª jornada o Gil Vicente vê as contas da permanência complicarem-se ainda mais do que aquilo que já estavam. O Rio Ave começa a perder o comboio europeu. O empate não serviu mesmo a ninguém.