O Penafiel pode ter dito neste domingo adeus à Liga portuguesa. Em encontro decisivo para as suas aspirações, não conseguiu evitar o desaire caseiro frente ao Arouca (0-2) e passa a ter oito pontos de desvantagem para o adversário desta 29ª jornada.

A carta de despedida da formação duriense – será difícil evitar esse destino – teve selo uruguaio. Cinco defesas de grande nível de Mauro Goicoechea entre os dois golos dos homens de Pedro Emanuel.

Hugo Basto abriu as hostilidades, Roberto confirmou o triunfo arouquense ao cair do pano.

Carlos Brito disse, na antevisão do encontro, que a receção ao Arouca poderia servir para abrir a porta de esperança. Após a goleada sofrida em Braga, frente ao Sporting local (4-0), o treinador do Penafiel voltou a mexer no seu onze e fez quatro alterações de uma assentada.

Um central (Ustaritz), um médio ofensivo (Braga) e dois extremos novos (Ezequiel e Mbala) para alimentar uma linha da frente a necessitar urgentemente de golos. O maior problema, de qualquer forma, estava na retaguarda. Afinal, é a pior defesa da Liga: 58 golos sofridos à partida para esta jornada.

Do outro lado estava, por seu turno, um dos ataques menos produtivos da competição. A equipa de Pedro Emanuel marcara apenas 20 golos em 28 jornadas, o suficiente para se manter ainda assim acima da linha de água.

O treinador do Arouca trocou apenas David Simão por Artur e aplaudiu a eficácia de um central, Hugo Basto, que inaugurou a contagem ao 16º minuto de jogo.

Na sequência de livre cobrado por Iuri Medeiros no lado esquerdo (falta muito contestada por Tiago Valente), a bola ressaltou na área do Penafiel e foi ter com Roberto, que rematou sem grande direção. Ao segundo poste, Hugo Basto finalizou de cabeça.

Ora cabeça era o que faltava a uma formação duriense sem tranquilidade para assentar o seu jogo e abdicar de um futebol direto que deixava Guedes sem o devido acompanhamento. Contudo, os homens de Carlos Brito foram criando algumas oportunidades de golo e devem queixar-se da inspiração de Mauro Goicoechea.

O guarda-redes uruguaio brilhou com intensidade após livre cobrado por Braga (a bola desviou em Guedes) e sobretudo ao minuto 40, quando Mbala surgiu isolado na área do Arouca. Do outro lado, Hugo Basto voltou a rondar a baliza de Haghighi mas, desta vez, errou o alvo.

Carlos Brito sentia que o ascendente territorial do Penafiel podia dar frutos com maior presença na área e lançou Rabiola para a segunda metade do encontro, sacrificando o desinspirado Braga.

Em poucos minutos, Rabiola protagonizou um par de lances de perigo mas atirou por cima da baliza arouquense.

Seria esse o filme da etapa complementar, com uma equipa da casa a rondar a área do Arouca mas a embater consecutivamente no muro. Ora por falta de clarividência, ora por um desempenho extraordinário de Mauro Goicoechea, a figura do encontro.

Destaque para uma grande defesa ao minuto 76 após bomba de João Martins num livre direto e outra, ainda melhor, após remate de Rabiola com selo de golo, ao minuto 81. O suficiente para levar jogadores e adeptos do Penafiel ao desespero. Ao cair do pano, Roberto fixou o resultado final com um cabeceamento ao segundo poste. Tarde feliz para o Arouca.