O Benfica de Jonas encurtou distâncias para o Sporting, fica à espera do meio-jogo entre Estoril e FC Porto para perceber melhor o estado das coisas e voltou à Luz pela primeira vez após o dérbi para se constatar o seguinte: que sim, que a águia está melhor, que o dérbi, Moreira de Cónegos e Braga não foram um acaso.

Sustentada na qualidade de um jogador como Jonas, o futebol da águia deixou de estar tão dependente o brasileiro, ainda que seja ele o intérprete maior. Neste sábado, por exemplo, a Luz viu exibições de nível dos que acompanham o brasileiro na ofensiva. Mas não só. O Benfica foi mais consistente a defender neste sábado no que noutras ocasiões. Reagiu bem à perda, esteve bem compacto quando o Desp. Chaves teve bola em organização ofensiva e pressionante quando os flavienses tentavam construir.

Uma exibição total que redundou em três pontos, uma tarde/noite tranquila e uma ovação em pé dos benfiquistas da bancada para os benfiquistas no campo. Sempre com a marca de Jonas.

Jonas é muita coisa. É, por exemplo, o dono da camisola 10 do Benfica. É o goleador do campeonato e melhor jogador de dezembro da Liga, prémio que recebeu neste sábado na Luz. Também é brasileiro. E isso é meio caminho andado para se ter jeito para jogar futebol. Jonas, dizia-se, é muita coisa, mas não é misericordioso. Por isso, quando Krovinovic lhe pediu que desse um golpe no Desp. Chaves, o camisola 10 da Luz puxou do pontapé e atingiu o adversário sem piedade.

Os flavienses eram a única equipa da Liga à qual Jonas não tinha ainda marcado. Mas o mais impiedoso dos jogadores deste campeonato não deixa ninguém fazer por ele. Aos 13 minutos, deu vantagem à equipa que representa e lançou uma ofensiva de cerca de 40 minutos à baliza do Desp. Chaves. Sim, 40 minutos, sensivelmente. A contenda pode ter durado mais, mas aí já era apenas o Benfica a colher despojos de uma batalha que venceu mal nasceu a segunda parte.

Porque a primeira serviu para construir o triunfo. O Desp. Chaves quis jogar, quis ter bola, mas esta águia, como se disse, pressiona melhor, rouba melhor a bola e está mais preparada para todas as fases do jogo. Depois, continua a ter jogadores que desequilibram, para além de Jonas. Tem Salvio, por exemplo, Cervi e ainda Krovinovic e Pizzi e Fejsa para os guardar.

Em seis minutos apenas, entre os 13 e os 19, o Benfica deixou tudo encaminhado. Jonas uma vez, Jonas duas vezes e só não houve terceira porque o 10 do Benfica falhou onde não costuma: na cara de um guardião, mesmo a terminar os 45 iniciais, em que o Desp. Chaves assustou numa saída em contra-ataque e pouco mais.

Ora, quando Pizzi faturou o 3-0 logo a abrir a segunda parte, na enésima jogada de qualidade do Benfica, as águias deram o trabalho por feito e o Desp. Chaves praticamente deu-se por vencido.

Assim, de uma noite de certeza – a evolução da equipa, quer a atacar, quer a defender, e a distância mais curta para pelo menos um rival - sai apenas uma dúvida: o estado físico de Krovinovic.

Um ponto de interrogação do tamanho da Catedral, tamanha tem sido a importância do croata no ressurgimento da águia.