A figura: Jonas

Jonas completou a coleção. Faltava-lhe o Desp. Chaves, mas o brasileiro não só tratou de adicionar os flavienses ao rol de vítimas da Liga, como o fez em duplicado. O camisola 10 encarnado não precisa de muito para marcar e o golo aos 13 minutos prova-o: numa nesga, Jonas rodou o corpo, enquadrou-se com bola e baliza e depois foi apenas a natureza das coisas. A bola bateu na rede de uma baliza defendida pelo adversário. Ora, em seis minutos o brasileiro faturou outra vez, agora com uma desmarcação a fugir a Domingos Duarte e a atirar sem oposição. De resto, Jonas já era figura deste jogo antes mesmo dele começar. Recebeu o prémio de melhor jogador do dezembro e por tudo aquilo que fez para além dos golos percebe-se que é forte concorrente ao galardão de janeiro. Se dúvidas houvesse, a exibição na Luz foi uma candidatura anunciada ao prémio, com fintas, passes, combinações e, lá está, golos, uma coisa que ele faz há oito jogos seguidos (todas as provas) e que fez pela 23ª ocasião nesta liga 2017/18.

O momento: minuto 47

Já havia 2-0, marcador desbloqueado e Benfica no comando, mas este Desp. Chaves mostrara-se atrevido e trazia na bagagem bom futebol. No entanto, o golo de Pizzi acabou com o que restava da resistência flaviense e mandou toda a gente na Luz descansar: os três pontos eram do Benfica.

Krovinovic

Dono da bola, sempre criterioso com ela, ora a temporizar, ora a mudar para uma velocidade mais rápida. O croata é um dos responsáveis pela melhoria encarnada, juntou uma assistência aos números da temporada, mas, acima de tudo, teve nova demonstração de que é o maior elo de ligação do 4x3x3: se duvida, veja quem está nos três golos dos encarnados. O modo como sai da pressão é grande mais-valia para o Benfica e parece estar a reagir com maior agressividade e melhor colocação quando o adversário tem o brinquedo que ele mais gosta: a bola, claro. Na segunda parte, mesmo no final, lesionou-se sozinho. E, claro, gera já preocupação gigantesca na Luz, por tudo aquilo que se viu nesta noite e nas outras em que atuou com as cores do Benfica.

Salvio

A Luz dá-lhe outra confiança. No palco maior, o jogo de Salvio é mais excitante, mais confiante e até os adeptos lhe perdoam os exageros. O argentino há de sempre tentar jogadas individuais, remates quase impossíveis, porque essa é a natureza do seu jogo. Mas com o resto da equipa em alta e ele na direita, Salvio ganha mais vezes do que perde e quando passa defesas normalmente causa danos. Neste sábado, um foi irreparável: o passe para o 2-0.

Cervi

Diferente do compatriota, igualmente importante. Franco Cervi está de pedra e cal no onze e com Grimaldo e Krovinovic cria um triângulo ofensivo poderoso. O desempenho deste sábado trouxe um Cervi imaginativo com a bola, feroz na recuperação defensiva e assistente de Pizzi no 3-0. Mas trouxe também um argentino que soube ler o ataque, sair várias vezes do flanco e surgir no meio, para criar superioridade.

Pizzi

O homem que faltava para completar a ofensiva da águia. Mais solto, mais adaptado ao 4x3x3 até, Pizzi tem vindo a melhorar e o jogo com o Desp. Chaves trouxe vários vislumbres do Pizzi que foi o melhor jogador da época passada. Por outras palavras, está num processo, mas como a equipa depende menos do que faz, tem menos pressão para chegar ao nível em que esteve em 2016/17.