Num duelo entre duas equipas que chegavam de dois empates consecutivos para o campeonato e que lutam por objetivos diferentes, o Rio Ave bateu a Académica, mostrando peito na luta pelos lugares europeus e deixando a «aflita» Briosa cada vez mais… aflita.

O jogo começou numa toada expectante de parte a parte, com algumas posses longas nos primeiros dez minutos até que numa jogada bem desenhada pelo ataque do Rio Ave, Tarantini apareceu descaído na meia direita e tirou uma espécie de chapéu, cheio de intenção, com a bola a embater na parte de cima da trave da baliza de Pedro Trigueira.

Estava dado o primeiro aviso e era tempo de também a Briosa crescer e aparecer mais perto da área vilacondense. No entanto, a equipa de Filipe Gouveia estava a ser pouco assertiva no último terço, com Gonçalo demasiado desacompanhado (e pouco acertado…) e Ivanildo e Nii Plange distantes das melhores noites. Também a configuração mais conservadora do meio-campo não dava azo a grandes riscos e a jogadas de génio…

Do outro lado, com Tarantini e Wakaso a comandarem as operações no miolo, era Kuca, através de movimentos interiores, que procurava derrubar a muralha academista. Apesar de tudo, foi Yazalde que esteve perto do golo, a cerca de 20 minutos do intervalo.

À volta da meia hora, a Briosa pareceu querer acordar para o jogo, através de um lance no qual Gonçalo Paciência, a meias com um defesa rioavista, ia batendo Cássio e em mais duas tentativas de um espevitado mas pouco inspirado Nii Plange.

No entanto, seria o Rio Ave a inaugurar o marcador no Cidade de Coimbra: Renan Bressan soltou o perfume do bom futebol, abrindo em Edimar na esquerda e o lateral entrou na área à vontade e assistiu Kuca, que desviou sem problemas para o fundo das redes de um desamparado Pedro Trigueira, que fez de tudo para evitar o remate mesmo à boca da baliza. Os três melhores do Rio Ave no primeiro tempo a desenharem uma bela jogada de golo.

Ao intervalo, vantagem que se podia considerar justa de um Rio Ave pragmático mas claramente mais esclarecido com bola do que uma Académica a acusar a pressão do jogo…

Kayembe a partir a loiça e Yazalde a decidir tudo

Para o segundo tempo, Filipe Gouveia deixou no banco Nuno Piloto (que pouco ou nada acrescentou à equipa durante os primeiros 45 minutos) e decidiu lançar o extremo Gui. A intenção era clara: dar à equipa mais profundidade e intencionalidade nas ações ofensivas.

Nii Plange deu o primeiro aviso ainda nos primeiros segundos da etapa final deste desafio, mas foi sol de pouca dura. Depressa o Rio Ave voltou ao controlo da partida, perante uma Briosa cada vez mais tensa e sem a profundidade desejada, mesmo com três extremos em campo.

O jogo ia ficando cada vez mais pachorrento e os treinadores sentiram isso, com Gouveia a lançar Rafael Lopes e Rabiola no ataque e Pedro Martins a fazer entrar a «seta» Kayembe e o cerebral Pedro Moreira.

E seria precisamente Kayembe a tornar-se num dos homens do jogo, isto depois de a Briosa ter tido duas tentativas de meia-distância: o belga isolou na perfeição Yazalde e este, após um belo movimento de rutura nas costas da defesa academista, bateu Pedro Trigueira e deixou a equipa da casa completamente encostada às cordas.

A reação dos academistas foi tímida e chegou através de ocasiões esporádicas, mas sempre com Cássio a travar os intentos dos atacantes da casa. Não deu para mais, mérito de um Rio Ave disciplinado, mais assertivo com bola e, sobretudo, mais eficaz no ataque. No fundo, a marca de água da equipa de Pedro Martins. A luta pela Europa prossegue para os lados dos Arcos…