O Rio Ave garantiu o seu resultado mais dilatado nesta Liga 2016/17 à custa do Arouca (3-0). Desta forma, a formação orientada por Luís Castro fica a dois pontos do sexto lugar, que dará acesso às competições europeias, torcendo por uma falha do Marítimo.

Jubal (na própria baliza) e Krovinovic cavaram o fosso a caminho do intervalo. Já na etapa complementar, Tarantini assinalou da melhor forma o seu 300º jogo pelo Rio Ave com o terceiro golo local. Rafa fez dois cruzamentos para igual número de tentos.

Resultado pesado para um Arouca que já garantiu a permanência e até entrou de forma positiva em Vila do Conde. O efeito durou pouco, ainda assim. Jorge Leitão reagiu tarde e não arriscou nas substituições.

Luís Castro fez apenas uma mudança por opção após a infeliz derrota em Tondela (2-1), na jornada anterior. O treinador do Rio Ave trocou de pontas-de-lança, deixando Gonçalo Paciência no banco para recuperar Guedes, o habitual titular. Rui Vieira substituiu o castigado Cássio, Héldon regressou ao leque de opções para ocupar a vaga do lesionado Rúben Ribeiro.

O Arouca vinha de um triunfo importante frente ao Feirense (2-0), que permitiu ultrapassar o patamar dos 30 pontos, e não se esperavam alterações substanciais no onze de Jorge Leitão. Em equipa que ganha não se mexe.

O sucesso de Manuel Machado teve de trocar o lesionado Sami por Mateus e foi confrontado com mais um problema físico, à última hora. Nuno Coelho surgiu na ficha de jogo mas sucumbiu pouco tempo antes do apito inicial e foi substituído por Velásquez. De resto, o central Hugo Basto manteve-se como lateral esquerdo adaptado.

Quem desconhecesse a tabela classificativa da Liga acharia natural a superior entrada do Arouca no jogo. A equipa visitante esteve por cima nos primeiros vinte minutos, perante a incapacidade do Rio Ave em assentar o seu jogo. Dinâmica interessante entre Artur e Kuca, com o médio a aparecer na esquerda com frequência para libertar o extremo.

Ao minuto 19, Mateus surgiu em boa posição no corredor central mas precipitou-se no remate, tomou a decisão antes de entrar na área e atirou por cima.

A partir daí o jogo foi do Rio Ave. Sem exercer um domínio avassalador, a equipa de Vila do Conde foi impondo superioridade no setor intermediário e começou a criar vários desequilíbrios à esquerda, graças a Rafa e sobretudo Héldon.

Héldon é um jogador de linha, sobretudo, mas torna-se venenoso quando ganha o duelo ao adversário direto e parte para a área. Foi assim por exemplo que deixou Anderson Luís pelo caminho e assistiu Tarantini para um falhanço incrível do médio. Já depois da meia-hora, voltou a fugir ao brasileiro mas não decidiu da melhor forma e o lance perdeu-se.

Percebeu-se que o Rio Ave tinha maior probabilidade de chegar ao golo. Poucos esperariam, porém, que a fava saísse ao melhor elemento do Arouca: Jubal. O central estava a rubricar uma exibição soberba até fazer um carrinho e desviar a bola para o fundo da própria baliza.

O 1-0 chegou ao minuto 42. Começou em belo lance de Petrovic, passou pelo pé esquerdo de Rafa e terminou um corte para o sítio errado do central brasileiro. O intervalo não chegaria sem novo festejo local. Já ao minuto 45, Tarantini bateu um livre de forma rápida – a bola estava a rolar, de facto – e Gil Dias fugiu na direita para assistir Krovinovic.

O Arouca regressou aos balneários entre protestos mas não conseguiu apresentar argumentos com o seu jogo na etapa complementar. Foi aliás o melhor período da equipa de Luís Castro, liberta de amarras, confortável e apostada em desenhar lances de fino recorte técnico. Tem jogadores para isso.

A grande celebração da noite surgiu com uma hora de jogo. De novo Rafa a fugir na esquerda, Mateus a falhar o corte e o lateral a tirar o segundo cruzamento para igual número de golos do Rio Ave. Tarantini chegou para finalizar com a canhota, emocionando-se nos festejos. Bela forma de assinalar o seu 300º jogo no clube.

Jorge Leitão só respondeu após o 3-0, trocou de extremos (Mateus por Sancidino Silva), viu Artur e Kuca errarem o alvo por pouco. A resposta tardava. Gil Dias, em soberto lance individual, ainda ameaçou a goleada mas a trave impediu um castigo demasiado pesado para os visitantes, ao minuto 67.

Já perto do fim, Tomané, a meias com Jubal, viu um golo anulado por pretensa falta sobre Rui Vieira na pequena área. Avaliação muito duvidosa da equipa de arbitragem, mas sem influência no desfecho do encontro.