1997, diz-lhe alguma coisa? Era preciso recuar 21 anos para ver a última vitória do Desp. Chaves no Bessa, repetida esta noite na abertura da ronda cinco da Liga. Triunfo por 2-1 a dar os primeiros pontos fora aos flavienses, que ultrapassam um Boavista ainda sem pontos em casa.

Um golo de Rochinha não chegou face ao penálti de Marcão e o azar nas costas de Helton Leite a remate de Ghazaryan e é o Chaves a cantar vitória um mês depois.

Três semanas após a derrota nos Açores, Jorge Simão pouco mexeu. Idris, regressado após castigo, reentrou para o meio campo e foi Raphael Silva o rendido, já que Sparagna recuou para central. Mateus jogou na vez de André Claro. Já Ramos só deixou Marcão na defesa em relação ao empate ante o FC Porto, mudou o guarda-redes e Jefferson saiu para entrar Ghazaryan.

Eustáquio foi, por isso, o cérebro do meio campo do Desp. Chaves, acercado a abrir pelo ímpeto do Boavista. Patente na primeira tentativa de Rochinha (4m).

A pantera entrou astuta. A explorar a largura do campo e a abrir espaços no meio. Mais rápida a executar e a sair para o ataque. Só que ou esbarrou na defensiva flaviense, ou os remates eram mal direcionados.

Seguro a defender, o Desp. Chaves foi ponderado e cerebral. A construir aos poucos. Como quem devagar vai ao longe. O primeiro aviso, por Eustáquio, parou nas mãos de Helton (17m).

Os destaques do Boavista-Desp. Chaves

A primeira parte ficou marcada pela dureza das equipas no ataque aos lances, com sucessivas interrupções e faltas a penalizar o espetáculo.

Por isso e por um Boavista mais rematador, com mais posse e cantos, mas sem golos. Exemplo disso foi um remate com selo de golo de Mateus evitado por Maras. A seguir foi Rochinha e, na resposta, Niltinho deixou o aviso para o que aí vinha.

Minuto 35, João Pinheiro viu Neris embrulhar-se com William e deu penálti que Marcão tratou de converter para dar vantagem a um Desp. Chaves pouco afoito na frente até então.

FICHA E FILME DO JOGO

O Boavista procurou o empate, empolgado pelo público – nota para o apoio constante dos adeptos das duas equipas – mas não conseguiu antes do intervalo e ficou mais longe no recomeço. Obra de uma jogada que Djavan desencantou pela esquerda para Niltinho servir Ghazaryan para o 0-2: o remate, ao poste, bateu nas costas de Helton e entrou (48m).

Missão mais exigente para o xadrez, melhor na reação a novo golo sofrido. David Simão obrigou Ricardo a defesa apertada e tudo ficou relançado à hora de jogo com o golo de Rochinha – um dos mais aguerridos – a bater Ricardo após passe subtil de Espinho.

Ramos não foi de modas perante um Boavista que crescia a olhos vistos e tentou estancar no meio campo com Jefferson, abdicando de Niltinho. Mais tarde, Avto refrescaria a frente.

Pelo meio, Simão apostou tudo com as entradas de André Claro e Rafael Lopes, mas foi o lateral Talocha a espreitar o golo: houve “bruááá” no Bessa, mas a bola saiu fora. Sparagna e David Simão não fizeram melhor.

Mais frenesim nos cinco minutos de compensação: o Chaves podia ter arrumado a questão por Paulinho, mas Helton manteve o Boavista em jogo e o empate ficou a centímetros num assomo final.