* por Raul Caires

Um Boavista pragmático arrancou esta sexta-feira um empate a uma bola no Estádio do Marítimo, em jogo da 8.ª jornada da Liga. A partida foi bem disputada, a espaços, mas também muito morna, sobretudo depois do golo do empate conseguido pela equipa visitante no início do segundo tempo.

Daniel Ramos perdeu os primeiros pontos, enquanto Miguel Leal, a estrear-se pelos axadrezados na Liga, somou o primeiro. O empate premeia a postura do Boavista, que saiu de campo satisfeita com o ponto conquistado, mas penaliza o Marítimo, que poderia ter ganho com toda a justiça.

O jogo começou dividido, mas coube à equipa forasteira protagonizar o primeiro lance de perigo. Aos 4 minutos, Schembri teve na cabeça a inauguração do marcador após cruzamento desde a direita de Tiago Mesquita, mas o avançado, livre de marcação, atirou ao lado.

A equipa da casa reagiu, conquistando três cantos, dos quais não resultou perigo, embora Idris tenha sido amarelado por insistir no jogo do empurra/agarra dentro da grande área antes da marcação dos cantos.

O jogo manteve-se equilibrado, em parte devido à eficaz pressão do Boavista sobre a primeira fase de construção de jogo do Marítimo, que apesar de se apresentar deliberadamente ao ataque, não conseguia explanar argumentos suficientes para romper o «colete de forças» da equipa de Miguel Leal.

Neste período, e na sequência de um lance de bola parada, Maurício aproveitou, aos 20’, uma bola que o Boavista tentava afastar para rematar de pé esquerdo, tendo valido a atenção do guardião Agayev.

Cinco minutos depois, quando o Boavista tentava dar um ar da sua graça no ataque, o contragolpe verde-rubro funcionou na perfeição. António Xavier ganhou posição após um trocas de bolas rápidas e, já dentro da grande área, foi derrubado por Tiago Mesquita – que ficou lesionado e foi substituído mais tarde. Chamado a converter, Dyego Sousa não perdoou: guarda-redes para um lado, esférico para o outro.

O Boavista tentou reagir à desvantagem, mas o Marítimo foi controlando as operações com relativa facilidade até ao intervalo. Só que o jogo ficou mais rápido, com ambas as equipas a chegarem ao último terço do terreno com relativa frequência. Até ao apito para o descanso, o equilíbrio na toada de parada e resposta em que o jogo mergulhou só foi desfeito com maior frisson aos 39’, quando Dyego Sousa, após cruzamento de Erdem Sen da direita, desviou de primeira, levando a bola a passar por cima da barra. Bela jogada do Marítimo que merecia outro desfecho.

As equipas regressaram dos balneários sem alterações e o jogo foi retomado com o mesmo ritmo, dando a ideia que iria ser uma cópia do primeiro tempo. O Marítimo entrou mais afoito, mas foi o Boavista, numa jogada desenhada com muita simplicidade, e em resposta a um contra-ataque verde-rubro, a chegar ao empate, aos 51’. Iuri Medeiros culminou o movimento colectivo assistindo Carraça, que de fora da área rematou de pé direito colocado, com a bola a entrar junto ao poste direito de Gottardi.

Reposto o empate, o jogo entrou numa toada mais morna, com o Marítimo a ter mais posse de bola mas com o consentimento do Boavista, que passou a apostar mais em processos lentos e contenção. Mesmo assim, o coube à equipa forasteira, por intermédio de Carraça, protagonizar um lance para golo. Aos 66', o médio médio boavisteiro recupera o esférico nas imediações da área insular e sem perder tempo desferiu um remate fortíssimo para defesa de Gottardi, que terá ficado com as mãos a ferver.

A partir do minuto 70’, o Boavista começou meteu o jogo congelador, trocando a bola de forma a esconde-la dos homens do Marítimo. A defesa forasteira foi dando conta dos lances de maior perigo que o Marítimo foi construindo. Quando a defesa de campo era transposta, Kamra Angayev disse sempre presente para segurar o empate. Na retina dos últimos minutos, ficam as defesas apertadas do guardião boavisteiro a duas «bombas» de Fransérgio.