Um golo, uma grande penalidade desperdiçada, três expulsões, vídeo-árbitro quatro vezes e um jogo tanto de luta quanto de controvérsia em Santa Maria da Feira, que terminou com o triunfo da equipa da casa por 1-0. Um golo de Luís Rocha, aos 14 minutos, pôs fim a uma série de quatro derrotas dos fogaceiros na liga.

O primeiro quarto de hora, com equilíbrio, resume-se ao golo que abriu e decidiu a história de um jogo quezilento, polémico e com paragens sucessivas que esfriaram intenções mútuas de um jogo com mais qualidade: inúmeras faltas e dez cartões amarelos.

Luís Rocha desfez o nulo após um canto e deu vantagem ao Feirense. Canto da direita de Tiago Silva, Cássio ainda defendeu um primeiro cabeceamento de Flávio Ramos, mas Luís Rocha, no meio da confusão, desviou para o 1-0 na pequena área.

A mexida no marcador foi o mote para um tanto de outras coisas que não futebol. O jogo aqueceu numa falta de Luís Rocha sobre Geraldes, que motivou o primeiro de quatro idas ao vídeo-árbitro. Rui Oliveira manteve a decisão do amarelo ao central do Feirense, o primeiro de cinco em 16 minutos.

Tamanha ação disciplinar rompeu o evoluir de um jogo que, até então, estava bem disputado, com posse de qualidade das duas equipas. O Rio Ave, na reação à desvantagem, procurou o empate, mas pecou por falta de afinco na área e alguns passes errados. Ruben Ribeiro tentou mexer com o jogo, mas com pouco efeito. Barreto esteve apagado e Geraldes não conseguiu orquestrar o ataque. E só de bola parada lá foi: a canto de Bruno Teles, Marcelo viu Caio negar o golo de cabeça (30m).

O minuto 36 deu a conhecer o segundo capítulo do vídeo-árbitro. Pelé desviou na área e Rui Oliveira assinalou grande penalidade por alegada mão de Luís Rocha. Ainda voltou atrás, viu as imagens, mas manteve o castigo máximo. Só que Pelé não aproveitou e atirou ao poste. O Feirense estava com menos um, mas mantinha a vantagem.

A inferioridade numérica motivou Nuno Manta a colocar o central Briseño em campo. Luís Aurélio foi o sacrificado e Etebo recuou no terreno.

No segundo tempo, o Rio Ave entrou da mesma forma com que chegou ao intervalo: à procura do empate. Tarantini e Ruben Ribeiro tentaram ligar um jogo ofensivo carente de mais poder, sem conseguir desfeitear um adversário em inferioridade.

Não aproveitou o Rio Ave, pouco mais fez o Feirense, que teve a preocupação de defender e sair, quando podia, em contra-ataque.

Daqui em diante, pouco se viu de bola. Aos 56 minutos, Bruno Teles viu o segundo amarelo após um choque involuntário com Etebo numa disputa de bola. Rui Oliveira entendeu que houve falta e expulsou o lateral. Pouco depois, nova controvérsia: Tarantini introduziu a bola na baliza após um primeiro cabeceamento de Guedes, mas o árbitro anulou o lance por suposta falta ofensiva. Quer num, quer noutro lance, não houve vídeo-árbitro, que voltaria ao minuto 65. Pelo meio, os vilacondenses reclamaram, em vão, uma grande penalidade sobre Guedes.

O Feirense saiu em contra-ataque e Etebo conduziu a bola até à área e caiu após disputa com Marcelo. Rui Oliveira mandou seguir, mas viria a recorrer de novo às imagens. Manteve, contudo, a decisão inicial.

Emoção, disputa, contestação. Tudo de pé nos bancos, mais ainda após o «poker» de Rui Oliveira no vídeo-árbitro. João Silva foi travado por Marcão a meio campo, o central do Rio Ave viu o amarelo e houve nova paragem no jogo. Desta feita, ao contrário das três chamadas anteriores, Rui Oliveira alterou o primeiro juízo e mostrou o vermelho a Marcão. Agora, em desvantagem, era o Rio Ave a ficar em inferioridade. Com nove.

Com um quarto de hora por jogar, o Feirense acabou à defesa e segurou a diferença e os três pontos, embora tenha acabado também com nove. Luís Henrique entrou aos 87 minutos, mas acabou por sair de maca, lesionado.

No meio de tanta dúvida, uma certeza. A Feira pouco viu de bola este sábado.