A FIGURA: Pizzi, o génio malandro que abriu e fechou a porta

O médio voltou a estar outra vez em evidência nesta partida, confirmando a boa forma com que também o apetite pelo golo. Frente ao Rio Ave conseguiu somar mais créditos ao currículo, terminando a partida com uma assistência, porventura não intencional mas contabilizada, e um golo de classe aos 42’. Para além disso voltou a ser fundamental na estratégia montada pelos encarnados, fazendo a ponte entre a defesa e o ataque e imprimindo velocidade ao jogo, um dos pilares em que assentou este triunfo caseiro. Cada vez mais o pêndulo deste Benfica, acumulando boas exibições e números interessantes esta época: 4 assistências e 7 golos, o melhor marcador da equipa na Liga, imagine-se (mais dois que Mitroglou e Jiménez). A exibição fica um pouco manchada pelo vermelho que levou já em cima do apito final (propositado diga-se), que o retira do próximo embate para Taça da Liga mas não da deslocação a Guimarães no início do ano.

O MOMENTO: Pizzi e um ‘olha, cá vai disto’

O Benfica começou bem este encontro com o Rio Ave, na tentativa de resolver o jogo cedo claramente. Os encarnados foram capazes de encostar o Rio Ave às cordas nos minutos iniciais, com jogadas rápidas e precisas, jogadas de golo, mas quase sempre travadas pela defensiva vila-condense e por um Cássio ameaçava mais uma daquelas exibições de uma vida. Apesar de um futebol com «nota artística», a chave para desbloquear a partida e o golo acabaria por ser um chamado «chouriço» de Pizzi. Aos 14', o médio apareceu em boa zona para finalizar mas a bola caiu no pior pé. Ainda assim tentou o remate à baliza e fez um passe para os pés de Mitroglou, com o grego a finalizar à vontade. Um remate atabalhoado que resultou da melhor maneira para os encarnados e foi decisivo para o desenrolar da partida.

OUTROS DESTAQUES:

Mitroglou

De regresso ao onze titular do Benfica, o grego correspondeu da forma que todos os adeptos esperavam, isto é, com golos. Aproveitando a assistência de Pizzi, Mitroglou fez o quinto golo da conta pessoal no campeonato. A frieza que demonstrou nesse lance não a demonstrou depois, é certo, ao falhar dois golos que pareciam ao seu alcance.

Rafa e Cervi

Os corredores foram entregues a dois jogadores explosivos e que deram água pela barba ao Rio Ave sobretudo no primeiro tempo. Rafa e Cervi fizeram da velocidade e virtuosismo armas importantes para levar perigo à área adversária. Rafa esteve muito bem no segundo golo do Benfica, ao triangular de forma perfeita com Pizzi e colocando o colega na cara do guarda-redes. No segundo tempo mostraram-se menos interventivos como era expectável, mas a bola nos pés de ambos pareceu sempre rolar ao dobro da velocidade normal.

Rúben Ribeiro

O avançado do Rio Ave foi um dos que tentou rumar contra a maré quando o jogo já se mostrava bastante inclinado para a vitória do Benfica. Com a rapidez mas sobretudo a técnica que lhe é conhecida, Rúben Ribeiro foi o mais assobiado no Estádio da Luz e isso não foi por acaso. É que de facto tratou-se do único capaz de por Ederson em sentido, sobretudo no segundo tempo, com dois remates perigosos, o último então levava selo de golo. Bela exibição do avançado neste jogo.

Vergonha/audácia de Luís Castro

O treinador do Rio Ave buscava o quinto triunfo consecutivo desde que assumiu o comando técnico da equipa vila-condense mas os dois golos do Benfica ainda no primeiro tempo estragaram a estratégia inicialmente escalada. O que há a salientar neste capítulo é a audácia com que decidiu encarar os segundos 45 minutos. Se as opções escolhidas para o onze inicial foram bastante discutíveis, uma vez que não incluíram alguns titulares, na segunda parte o Rio Ave e também Luís Castro perderam a vergonha e partiram em busca de um resultado mais favorável. Para isso ajudou o facto de ter feito entrar Gil Dias e Tarantini, que conferiram maior dinâmica ao ataque vila-condense. A estratégia resultou por instantes mas não teve o efeito desejado para a equipa visitante. Nota ainda para o regresso do central Vilas Boas depois de uma longa ausência por lesão.

Deus lá em cima e Jonas na Luz

Para finalizar um destaque que nada tem a ver com futebol jogado. O Maisfutebol falou com Amaral e o antigo jogador disse, passo a citar, «Abaixo de Deus, o Benfica é o maior». Pois bem, aproveitando o paralelismo pode colocar-se aqui o endeusamento de Jonas na Luz. O brasileiro praticamente não deu contributo ás águias esta época, mas aquando da sua entrada o estádio ergueu-se e entoou o nome do jogador durante um longo período de tempo. Nota-se muita vontade dos benfiquistas em voltar a ver o Jonas de outras épocas e ele ainda deu algumas mostras do seu talento em campo.