TRAVADO! O Sporting falhou em toda a linha num jogo em que estava obrigado a vencer para recuperar a liderança num momento crucial da Liga, a uma semana do clássico entre Benfica e FC Porto. Os leões encontraram pela frente um Rio Ave destemido que, fechou todos os caminhos para a baliza de Cássio e, sem acusar o desagaste do jogo para a Taça a meio da semana, ainda colocou Patrício, por mais do que uma vez, à prova. Jorge Jesus ainda tentou tudo na luta pelos três pontos, juntando o reforço Barcos a Slimani, mas a verdade é que os leões, com pouco fulgor no ataque, acabaram pela primeira vez em branco esta época em Alvalade.

Confira a FICHA DO JOGO

O Sporting entrou em campo com uma defesa remodelada, com o reforço Sebastian Coates a entrar diretamente para o onze para o lugar de Naldo e Zeegelaar a render Jefferson na esquerda. No meio-campo tudo na mesma, com William Carvalho a meio-gás a manter a posição, enquanto no ataque, Téo Gutiérrez, depois de fechado o mercado, a voltar a constituir dupla com Slimani. No lado do Rio Ave, Pedro Martins também fez uns ajustes, depois de ter jogado a meio da semana para a Taça, lançando também o reforço Kuca para o ataque, fazendo descansar Ukra.

Ao primeiro apito de Carlos Xistra, o Sporting lançou-se para a frente à procura do golo que lhe permitia recuperar a liderança, com João Mário e Bryan Ruiz, bem apoiados pelos laterais, a abrir jogo para as alas no apoio à dupla de ataque, mas não foi preciso esperar muito tempo para perceber que o Rio Ave não veio a Alvalade para apenas defender. A equipa de Pedro Martins fechava-se bem, com Cássio a brilhar entre os postes, e saia a jogar com tranquilidade, procurando explorar a velocidade de Kuca e Kayembe. Um jogo intenso, portanto, com os leões balanceados para a frente, mas a terem que correr muitas vezes para trás para anular as respostas do Rio Ave.

Bryan Ruiz teve a primeira oportunidade flagrante, depois de ganhar um ressalto, mas Cássio fez bem a mancha e evitou o primeiro golo. Logo a seguir, Slimani também se destacou, mas o guarda-redes do Rio Ave voltou a fechar o caminho para a sua baliza. Mas a verdade é que o Sporting sentia dificuldades em encontrar espaços para visar a baliza do Rio Ave que, sempre que podia, sai disparado em rápidos contra-ataques. Tarantini, com uma cabeçada, foi o primeiro a por a defesa leonina em sentido e, pouco depois, erro crasso de Adrien e Kayembe, destacado diante de Patrício quase abriu o marcador.

Tínhamos, portanto, um Rio Ave disposto a jogar olhos nos olhos, concentrado, numa primeira fase, a desmontar o ataque do Sporting, para logo a seguir, subir rapidamente no terreno para tentar também a sua sorte junto da área de Patrício. Duas oportunidades que obrigaram os leões a refrearem o ímpeto atacante e atuar com maiores cautelas para evitar dissabores.

Encontrado novo ponto de equilíbrio, os leões voltaram a pressionar nos últimos dez minutos da primeira parte e voltaram a estar perto do golo, primeiro por Adrien, depois de um bom lance de Slimani, depois por João Mário, com um pormenor delicioso do médio, a tirar um adversário da frente antes de rematar para mais uma grande defesa de Cássio, a grande figura desta primeira parte. Mas a última palavra ante do intervalo foi mesmo do Rio Ave com Tarantini, lançado por Kayembe, a colocar Patrício em jogo com um remate junto ao poste.

No início da segunda parte continuou a ser evidente que não ia ser um jogo fácil para os leões, pelo contrário. Jorge Jesus viu-se obrigado a trocar Paulo Oliveira (lesionado) por Rúben Semedo e o Rio Ave continuava a atrevido, com Kayembe a colocar Patrício, mais uma vez à prova. Slimani também ficou a centímetros do golo, a cruzamento de João Pereira, mas Jesus não esperou muito mais tempo para abdicar de Téo Gutiérrez (ofereceu muito pouco à equipa) para lançar o reforço Hernán Barcos.

O Sporting ganhou maior poder de fogo, com o argentino a mostrar-se aos adeptos com dois remates em poucos minutos. A pressão dos leões acentuava-se e, agora, o Rio Ave já tinha menos pernas para responder como respondia na primeira parte. Estava montado o cerco e, numa jogada confusa, o Sporting chegou a festejar um golo, mas Xistra detetou uma falta de Barcos sobre Wakaso.

Os minutos passavam e Jesus esgotava as substituições, abdicando de William (continua muito longe do seu melhor) para reforçar o ataque com Gelson. Faltavam quinze minutos, mas o discernimento era cada vez menor para ultrapassar o último reduto do Rio Ave, cada vez mais concentrado sobre a área de Cássio. Pedro Martins também ia gerindo a quebra física da sua equipa, com as sucessivas entradas de Vilas Boas, Ukra e Novais.

A tremedeira acentuou-se até ao minuto noventa mais os seis de compensação e o ansiado golo nunca chegou. Um empate com intenso sabor a derrota porque, na verdade, o Sporting perde a liderança (embora some os mesmos pontos do que o Benfica), como já dissemos, numa altura crucial da liga.