A crónica do triunfo do V. Guimarães em Braga começou a escrever-se há quinze anos. Desde os tempos do 1º de Maio que a equipa de Guimarães não ousava ganhar em Braga. A Pedreira foi, até hoje, uma fortaleza inquebrável. Josué e Soares, autores dos golos do triunfo (1-2), assinaram as estocadas do Vitória no rival bracarense numa exibição personalizada e coesa da equipa de Pedro Martins.
 
Conto de fadas, portanto, do Vitória na Pedreira. Primeiro triunfo da equipa vimaranense no municipal bracarense, primeira derrota em casa do Sp. Braga na presente edição da Liga e primeira derrota de Jorge Simão no campeonato à frente da equipa arsenalista. Dois golos no espaço de seis minutos e um quarto de hora foram suficientes para derrubar a Pedreira e lançar a confusão na luta pelo terceiro lugar.
 
O Sp. Braga atacou mais, teve mais bola, mas os vimaranenses demonstraram mais argumentos na hora de visar a baliza adversária.
 
 
Seis minutos, dois golos e o início do conto de fadas
 
O histórico era, à partida, extremamente adverso para o V. Guimarães. Wilson Eduardo atirou às malhas laterais dando a sensação de golo logo nos instantes iniciais, mas rapidamente a história do embate começou a escrever-se com as cores da turma vimaranense.
 
Josué fez o primeiro, de cabeça na sequência de um pontapé de canto, esfumando os fantasmas que a Pedreira normalmente apresenta ao Vitória. O golo deu a confiança necessária para que o plano traçado pela equipa de Pedro Martins funcionasse na perfeição.
 
A necessitar de correr atrás do prejuízo, as lacunas do Sp. Braga vieram ao de cima com o futebol a sair muito engasgado, sem ritmo e sem fantasia. Apenas os serviços mínimos funcionavam, passes curtos, pouca ousadia e falta de soluções perante um Vitória compacto e organizado.
 
Apenas seis minutos volvidos do primeiro golo o V. Guimarães chegou ao segundo numa boa combinação dos homens da frente. Letal, a destilar veneno quando subiu ao ataque, aos dezasseis minutos os vimaranenses chegaram a uma vantagem confortável de dois golos. Bruno Gaspar cruzou da direita e Soares cabeceou certeiro para o fundo das redes, fazendo o segundo dos forasteiros no espaço de seis minutos.
 
O mesmo Tiquinho Soares que à passagem da meia hora atirou ao travessão da baliza de Marafona na sequência de mais um lance interessante do ataque da equipa de Pedro Martins. Em suma, uma equipa fazia por atacar muito, a outra atacava bem.
 
 
Reação bracarense sem pólvora
 
Jorge Simão mexeu na equipa muito cedo. Vukcevic entrou ao intervalo, Alan e Ricardo Horta foram apostas nos minutos iniciais do segundo tempo. A entrada do Sp. Braga na segunda parte foi enérgica, com muito crer e mais critério, mas sem a pólvora necessária para que os disparos tivessem o melhor destino.
 
O lance de maior perigo dos bracarenses aconteceu ao minuto 67 quando Douglas saiu de forma disparatada da baliza, provocando um lance de grande perigo. Acabou por ser João Aurélio a atirar ao poste da sua própria baliza numa série de lances em que o golo esteve iminente.
 
Golo que apenas chegou já nos descontos, no último fôlego, e sem força para alterar o tal conto de fadas da equipa de Pedro Martins.
 
Os vimaranenses aproximam-se do Sporting, ficam a apenas um ponto dos leões e a dois dos bracarenses. Primeiro desaire caseiro do Sp. Braga, que perdeu a oportunidade para dar um salto na tabela em relação à equipa de Alvalade.
 
Contas feitas, o V. Guimarães foi o vencedor da jornada nas equipas da frente. O sabor do triunfo nem é preciso descrever. era perseguido há mais de uma década.