Numa tarde de sol intenso e muito calor em Tondela, a equipa da casa gelou o Nacional e deixou-lhe o caminho para a permanência muito nublado. O triunfo da equipa de Pepa foi mais que justo, pelo que fez, mas também por aquilo que o adversário não foi capaz de fazer.

Com este resultado, os auriverdes entregam a lanterna-vermelha ao conjunto insular que definha nesta ponta final do campeonato, perdendo, em jornadas consecutivas, com dois adversários diretos na luta pela permanência.

Quem aproveita é a equipa de Pepa que, à boleia dos golos de Jaílson e Osorio, somou o segundo triunfo consecutivo – algo que ainda não tinha conseguido esta época – deixando claro que quer repetir a façanha da temporada transata, quando se salvou no último suspiro do campeonato.

Para já, os beirões pressionam o Moreirense, que recebe o Desp. Chaves na segunda-feira, sabendo que tem o Tondela a um ponto de distância.

Para quem precisa de ganhar...

Num jogo em que ambas as equipas precisavam de vencer para continuar a sonhar com a permanência, foi o Tondela quem começou por assumir os ritmos do jogo, enquanto os insulares se mantinham na contenção, não arriscando desorganizar-se para sair para o ataque.

Embalada pela velocidade de Murillo – que surgiu solto na frente acompanhado por Murilo -, a equipa da casa foi sempre mais perigosa junto da baliza de Fachini que foi preponderante para manter o Nacional no jogo.

Isto porque aquilo que a equipa de João de Deus mostrou nos primeiros 45 minutos foi demasiado pobre para uma equipa que sabia que só a vitória interessava.

Enquanto a equipa da casa foi procurando o golo de forma insistente, o Nacional limitou-se a tentar fechar os caminhos para a sua baliza. E mesmo nesse capítulo vacilou num par de vezes, obrigando Fachini a vestir a pele de herói.

Foi assim quando negou o golo a Murillo (33') e logo a seguir a Kaká (36'), mas já o tinha sido antes disso, mostrando sempre uma enorme segurança.

Ofensivamente, o menos mau - não chegou sequer a ser bom - que os nacionalistas conseguiram foi um remate muito fraco e à figura de Aristeguieta... aos 46. Demasiado pobre, pois claro.

No melhor Nacional cai o golo

Como se percebe pelas linhas anteriores, a equipa visitante não precisava de fazer muito para mostrar um pouco mais na segunda parte. E isso acabou por acontecer naturalmente. 

Ao intervalo, João de Deus decidiu dar mais músculo ao meio-campo, colocando Washington no lugar de Tiago Rodrigues, e pouco depois, trocou de avançado, fazendo sair Aristeguieta e colocando Hamzaoui na frente.

Entretanto, Pepa respondeu, tirando Murilo - mais móvel - e colocando uma referência ofensiva na área, com o possante Heliardo.

E as mudanças mexeram com o jogo. Do lado dos insulares, o avançado argelino teve a melhor oportunidade de todo o jogo, cabeceando à trave, pouco depois de ter entrado.

Só que na resposta, o Tondela chegaria à vantagem. Sequeira derrubou Heliardo dentro da área e Jaílson não desperdiçou a grande penalidade, inaugurando o marcador com um remate indefensável.

O Nacional voltou a ameaçar logo em seguida, com Cláudio Ramos a brilhar, mas a equipa de Pepa tranquilizou-se logo depois e mataria o jogo pouco depois.

Mais um defesa a fazer as vezes de avançado, desta vez Osorio, a subir mais alto do que todos para dizer que sim à permanência tondelense. 

A sobrarem pouco mais de 15 minutos para o fim da partida, o Nacional rendeu-se e não mais voltou a ameaçar Cláudio Ramos, ainda que tenha pressionado bastantes nos últimos minutos.

Acordaram demasiado tarde os insulares que, cada vez mais, parecem condenados. De Tondela levam a lanterna-vermelha e a certeza de que o caminho será muito complicado daqui para a frente. Ainda para mais, se repetirem a exibição da primeira parte deste jogo.

Os beirões, por seu turno, respiram e voltam a sonhar com a permanência. Até onde chega a tua alma, Tondela?