Vantagem, suor e sofrimento. O Moreirense conseguiu o quarto triunfo consecutivo em casa ao vencer o Rio Ave (2-1) e deu um passo que pode ser determinante para as contas de permanência na Liga. A matemática ainda não confirma, mas os cinco pontos de margem quando faltam disputar três jornadas dão margem à equipa de Petit.

Perante um Rio Ave que somou a sétima derrota consecutiva fora de casa, os Cónegos marcaram primeiro, mas deixaram que Guedes voltasse aos golos e fizesse as pazes com a nação vila-condense. Mas nem esse momento foi suficiente para galvanizar a equipa de Miguel Cardoso. O Moreirense voltou para a frente do marcador e nos últimos quarenta minutos agarrou-se à margem mínima como se da própria vida se tratasse. Agarraram-se, em sentido figurado, à vida do Moreirense na Liga.

Com pouca margem de erro na luta pelos respetivos objetivos, mas ainda assim com margem, Moreirense e Rio Ave fizeram-se valer dessa diminuta folga para protagonizar um jogo aberto na luta pelos três pontos, que quer para um lado que para o outro poderiam vir a ter um contributo decisivo nas contas finais do campeonato.

Aberto e taco a taco

Assistiu-se, por isso, a um jogo de para e resposta com lances de perigo junto das balizas. Com um futebol mais rendilhado, o Rio Ave chamou uma maior dose de posse de bola. Mais vertical, o Moreirense Tentou aproveitar cada nesga para criar perigo.

Sem Tozé, principal referência da equipa, o Moreirense perdeu mobilidade e repentismo, mas ganhou qualidade no passe com a inclusão de Rafael Costa no onze. Foi precisamente com um passe do brasileiro que o Moreirense se adiantou no marcador. Bilel movimentou-se bem e aproveitou a deixa de Rafael Costa para rematar com convicção para o fundo das redes.

Numa altura em que ameaçava o empate, já depois de ter atirado uma bola ao travessão por intermédio de Nélson Monte, Guedes fez as pazes com a família vila-condense. Subida prometedora de Yuri Ribeiro a cruzar de forma açucarada para o coração da área, onde aparece o avançado a fazer o desvio letal.

Pelo meio fica um par de boas defesas quer de Jhonatan quer de Cássio a comprovar o bom jogo de bola no Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas. Aberto e taco a taco, com ideologias diferentes mas com ambição semelhante em fazer abanar as redes contrárias.

Marcar e sofrer

Uma boa primeira metade não deixou que as expetativas saíssem defraudadas na segunda parte, até porque a rede voltaram a abanar logo nos instantes iniciais. Ronaldo Peña precisou apenas de cinco minutos para recolocar o Moreirense na frente do marcador.

Cássio ainda defendeu o primeiro remate do avançado venezuelano, mas a bola ficou à mercê do camisola setenta do Moreirense, que à segunda fez o desvio letal. A posição inicial do avançado deixou dúvidas, mas o VAR confirmou o golo que deu nova vantagem à equipa de Moreira de Cónegos.

O tento madrugador da equipa de Petit praticamente definiu o sentido de jogo da segunda parte. Praticamente só deu Rio Ave, a equipa de Miguel Cardoso montou o cerco à baliza do Moreirense e tentou o empate com todas as armas. Soube sofrer o Moreirense, que compreendeu a importância do triunfo e agarrou-se à margem mínima com tudo o que tinha.

A festa foi imensa. Carlos Xistra pôs o apito a funcionar, cumprindo-se a missão Cónega ao segurar os três pontos. A festa foi, então, imensa, ainda que não definitiva. Festejos a contrastar com o desaire do Rio Ave, que  completou o quarto jogo consecutivo sem vencer, não conseguindo cimentar o quinto lugar.